Rui Costa, presidente do Benfica, presta esclarecimentos a respeito do mercado de transferências de inverno das águias, em entrevista à BTV
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Homenagem a Eriksson: "Quero dar conhecimento de Sven-Goran Eriksson. Soubemos internamente, bem antes dos adeptos, há cerca de um ano, sobre este grande senhor, que será sempre da casa e terá sempre a sua casa. Ele não está de todo esquecido por nós. Em setembro do ano passado, no início da época, durante o jogo com o FC Porto, estava organizada uma homenagem. Infelizmente, com tudo já marcado, ele trazia toda a família e não pôde viajar na véspera de vir para Lisboa. O médico desaconselhou vivamente a vinda a Lisboa. Só por essa razão é que ainda não esteve connosco. Temos grande dificuldade em poder trazê-lo por essas razões. Ele não veio, mas toda a família veio. A filha viu o jogo ao meu lado. Não temos memória curta. Todos conhecemos a enorme história entre o Benfica e o Eriksson. Foi o treinador que me fez estrear na equipa principal. Jamais poderia passar ao lado deste facto. Se ainda não veio a Lisboa, é porque não pode. Estamos todos com ele nesta luta, toda a nação benfiquista está com ele, esperando que possa ganhar mais esta batalha."
Os mercados na gestão de Rui Costa: "Tem muito a ver com a política desportiva que tracei para o clube, à qual se junta a política financeira. O meu compromisso foi com a política desportiva e é nessa linha que procuro seguir. Quando se faz uma remodelação tão grande como a que fizemos, nem sempre se acerta. Uma máxima no clube que procuro que todos defendam, no futebol é essencial: pode-se falhar no jogador, não no critério, e tentamos utilizar sempre essa máxima em todas as operações. É natural que, ao fazer uma remodelação tão grande, se possa falhar num ou noutro aspeto, procurando não falhar em nenhum. Neste ano e meio, foi essencialmente criar plantéis melhores, que possam ser vitoriosos e salvaguardar o clube desportivamente em todas as épocas. Se olharmos para a realidade de hoje, comparada com o que era há um ano e meio, na vinda de Roger Schmidt, começamos a época com 54 jogadores, com mais nove aquisições, tínhamos 63 ativos. Neste momento temos 31. Uma parte dessa política foi rentabilizar todo o aspeto financeiro para dentro do plantel. Destes 24 no plantel, sete são emprestados e quatro deles são da formação. Uma das partes da política desportiva passa por aí: menos jogadores e os emprestados que sejam da formação, para seguirmos o caminho que queremos. Não estou satisfeito com tudo, é um trabalho contínuo, não se faz um plantel para 25 anos, faz-se para que dure uma época. Estou muito feliz pelo que foi feito neste ano e meio. Temos um plantel com uma mistura de juventude e experiência, com Otamendi, Rafa, Di María, João Mário, Fredrik. E uma panóplia de jogadores até aos 24 anos que salvaguardam o clube no lado desportivo e criam um modelo de plantel muito mais valioso. Salvaguardados em ambos os campos, com muito mais qualidade do que há um ano e meio. Estou satisfeito com o que foi feito até agora. Queremos fazer sempre melhor, o que foi feito até hoje deixa-me otimista e vai de encontro ao que projetamos. Se compararmos com há um ano e meio, na salvaguarda do plantel, temos um plantel muito mais valioso. Mesmo temos 14 jogadores até aos 24 anos, com Trubin, António, Silva, Kokçu, João Neves. Nenhum benfiquista quer prescindir destes, até pela sua maturidade. Com uma mistura de juventude e experiência, o Benfica ficou mais forte, mais preparado para o futuro. Isso dá-nos esperança de continuar este projeto, que nunca estará finalizado."