Declarações de Rui Costa em entrevista à RTP Notícias
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Como vai equilibrar o mercado e aposta na formação com José Mourinho? "Sempre tivemos e continuamos a ter muitos bons talentos, daí a aposta na formação, são 11 no plantel. Não estando a viver um momento de muita saúde em termos de futebol, mesmo os que temos ganho não são com muita margem, não é um ambiente favorável para lançar jovens às feras. Os nossos miúdos irão aparecer, José Mourinho irá lançar os nossos miúdos, está à procura do melhor momento."
Como a aposta pode ser feita em janeiro? "Vamos esperar pelas eleições, é inútil falar agora no mercado quando estamos no período em que estamos e com tempo para trabalhar. Vão regressar Bah, Manu, têm a fisicalidade que falamos, têm qualidade. Estão cotabilizados desde o início para regresso para novembro, início de dezembro. Depois teremos tempo e forma de pensar se este plantel precisa de mais algum reforço e se necessário cá estaremos."
Crítica apontada diz respeito ao prazo de validade em Roger Schmidt e Bruno Lage. Arrepende-se? "São casos diferentes. Roger Schmidt parte para o terceiro ano após um segundo menos conseguido. Mas no primeiro deslumbrou, foi dos melhores do Benfica a praticar futebol. O segundo ano tivemos lacunas de substituições de jogadores que prejudicaram o trabalho de Roger Schmidt. Acreditámos que o primeiro ano não foi uma casualidade e queríamos projeto mais longo. Pode falhar-se um ano e recuperar a seguir. Fizemos uma pré-temporada que deu esperança, no início de campeonato o ambiente foi muito mau à volta da equipa e do treinador. Com Bruno Lage tínhamos outra coisa além de confiar nas capacidades, acreditei e acredito muito nas capacidades de Bruno Lage, mas vínhamos de um mundial e sem tempo para preparar Supertaça e qualificação para a Liga dos Campeões, substituição seria a morte do artista. Era impensável trocar-se naquela altura de treinador. Decidimos trocar porque ambiente na equipa, no estádio, carecia de uma mudança."
É um defeito que o presidente tem? "Se viéssemos de dois anos de Roger Schmidt sem vitórias seria um absurdo, mas viemos de um ano fantástico e de outro ano menos conseguido, em que identificámos razões, e Roger Schmidt não era o responsável. É difícil fazer projetos trocando sempre de treinador. Sobre Bruno Lage a janela era um dos motivos, mas o principal era que acreditava em Bruno Lage. Mas fomos ganhando com um sofrimento que não podemos esconder. Com o ambiente depois do jogo com o Qarabag era inevitável que ocorresse a troca, Bruno Lage percebeu o momento. Não teve nada a ver com eleições, teve a ver com o futuro do Benfica. Ouvi muitas criticas de ter ido buscar um treinador, pergunto, a vida do Benfica pára? O Benfica ficava à espera? Tem a ver com eleições ou sem. O Benfica é um clube muito exigente e se não obtém resultados o ambiente fica muito difícil."