Vice-presidente é o maior candidato a assumir o cargo de líder interino devido à proximidade que tem com o futebol profissional. Rui Pereira, ex-presidente da MAG, foi claro, dizendo que Vieira se deveria demitir e que os sócios têm direito a ter a palavra em eleições, rejeitando uma longa solução interna.
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Os estatutos são omissos, mas serão os vice-presidentes os normais sucessores dos destinos do Benfica por qualquer impedimento. Rui Costa, pela proximidade com as pastas de mercado no futebol e por até ter sido identificado como possível sucessor de Vieira antes das últimas eleições, é, ao que O JOGO apurou, o grande candidato a assumir interinamente o posto de líder da SAD encarnada.
Rui Pereira, o ex-presidente da Mesa da Assembleia-Geral, à CMTV, aprova a solução interina e diz que Vieira deve colocar o lugar à disposição. "Quem dirige o clube numa situação de impedimento é um dos vice-presidentes, que normalmente é designado pelo presidente. Acho que se for aplicada uma medida de coação a Vieira como a obrigação de permanência na habitação, se for proibido de contactar com a Direção ou frequentar as instalações do Benfica, o presidente não tem condições para concluir o mandato. Tornou-se impossível o exercício de funções e mesmo se for acusado com crimes puníveis acima de três anos, não deveria continuar", considerou.
A substituição, por sua vez, deveria ser obtida por meio de eleições. "Os órgãos sociais podem continuar. Uma demissão de Vieira não faz cair a Direção. Deve demitir-se mesmo não sendo culpado. Consideraria, porém, que seria absolutamente inconveniente que um presidente não eleito e sufragado encarasse como uma solução normal ter três anos até às próximas eleições. Acho que os corpos sociais, se o presidente se demitir, devem, não à pressa, mas de forma programada, encarregar um membro da Direção de assumir interinamente a responsabilidade e num prazo razoável convocar eleições."
Pouco tempo ficou com Vieira e diz que durante o cargo falou "duas ou três vezes telefonicamente" com o presidente e que não era "visita de casa". Recusou pressões do líder encarnado e admite que ficaria "dececionado" se os crimes forem provados, já que apoiou Vieira, que "tem obra feita, recuperou a imagem e deu êxitos desportivos." Ainda assim, o ex-ministro põe o clube acima de tudo, afirmando que se se verificar gestão danosa as águias devem atacar quem a perpetuou: "O principal património do Benfica é imaterial. É um conjunto de grandes jornadas desportivas. Passámos pela experiência traumática com Vale e Azevedo e esta entristece os adeptos também. Se houver crime, o Benfica é vítima. E até se pode, e deve, constituir, como assistente."