Rui Borges não quer saber do Benfica e repete: "Quaresma no Mundial? Pelo que tem feito..."

Rui Borges
AFP
Declarações de Rui Borges após o Sporting-Rio Ave (4-0), jogo da 16.ª jornada da I Liga
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Ganhou pontos ao Benfica, agora a cinco, e que pode ficar a 10 do FC Porto. Corrida pelo título passou a ser a dois? "Quero ser primeiro, não terceiro e olho para o primeiro. Não quero saber dos pontos, olho para o primeiro, levo mais dois hoje e temos de fazer a nossa parte para sermos primeiros, esse é o nosso único foco. Não olho para o terceiro, nem quero saber, nem pensar, no terceiro classificado. É fazer a nossa parte para sermos primeiros e depois esperar por uma segunda volta em que vai correr muita água, mas é fazer a nossa parte".
Pode ser desnecessário o Sporting reforçar-se em janeiro, tendo em conta o bom momento da equipa? E disse que Eduardo Quaresma fez um jogo de Seleção, acha que ele devia ir ao Mundial? "Isso é o selecionador que tem de decidir, mas pelo que ele tem feito em termos exibicionais, é jogador de Seleção, não só hoje. Tem feito grandes jogos e aproveitado a ausência do Diomande e até do Zeno [Debast], soube esperar, acreditamos muito nele, isso também é explícito desde o primeiro dia de trabalho, e tem feito belíssimos jogos. Feliz por ele e que continue assim, se não dou-lhe na cabeça. É um miúdo muito próprio e eu não me consigo chatear com ele, mas tem crescido, está mais adulto, mais rigoroso e precisa disso. Sobre o mercado, já disse ontem que, se formos, é sempre numa perspetiva de acrescentar algo que possa ajudar a equipa, mas também para o futuro, não só para o imediato. Dentro do que temos, com alguma lacuna e o que o mercado nos possa dar, se acharmos importante acrescentar, vamos acrescentar, mas se não, estou feliz e eles vão dar resposta".
Em janeiro, o FC Porto terá menos jogos por causa da Taça da Liga, será um mês decisivo? E Maxi Araújo a extremo-esquerdo rendeu muito, dá garantias ou precisa de ir ao mercado? "O Maxi tem resposta e não foi só neste jogo, penso que tem quatro golos e uma assistência, por isso não foi só por este jogo. Ele na seleção joga a extremo, diferente, mas joga, por isso, acima de tudo, tem caraterísticas próprias e adaptou-se muito bem à dinâmica da equipa e à posição em si, por isso é que tem golos. Dá o ataque a profundidade que se calhar não dá o Pote, que dá outras coisas, dá coisas diferentes e, se acharmos que o mercado nos dá algo pelas baixas e lesões [haverá reforços], se não, se for só para o imediato, não. O grupo vai dar resposta, eles acreditam muito uns nos outros. Sobre a primeira parte, é que é, é o calendário e janeiro ainda vai ser pior do que dezembro. Os jogadores querem disputar a Taça da Liga para chegarem a outra final e eles querem é jogar. Para mim é mais difícil, com tantas ausências não conseguimos descansar tanto a malta e temos de lidar com isso. Olho para um jogo de cada vez, janeiro não vai ditar nada quanto ao fecho do campeonato, toda a gente vai ter jogos difíceis, há uma segunda volta inteira e muito jogos".
Fez o jogo 56 pelo Sporting, que passou a ser o clube que mais orientou na carreira. Flávio Gonçalves voltou a entrar, antes era Salvador Blopa que aparecia mais da equipa B: "Todos estão preparados para dar resposta da B. o Flávio tem caraterísticas diferentes e, dadas as ausências, dá-nos coisas muito próprias. O Blopa também, são dois que têm andado mais connosco derivado das ausências, mas há miúdos que poderão ser chamados a qualquer momento e, se calhar, será quando menos esperam. A equipa B está a fazer um belo campeonato, é manterem-se humildes para terem mais oportunidades, mas são dois miúdos em que revemos qualidades individuais e que acreditamos que no futuro serão importantes. O número de jogos é sempre especial, estou num clube em que foi campeão e sou muito feliz, que faça muitos mais. Parece que estou a puxar o saco ao Sporting, mas não estou. Estou muito feliz porque faço o que mais amo no clube onde queria estar".
Evolução de Maxi Araújo no ataque em relação à época passada: "Na temporada passada jogámos de forma diferente e ele numa posição diferente. Esta época começou como lateral e derivado das ausências temos-nos adaptado e ele tem dado resposta e um compromisso fora do normal. Identifica claramente os valores sporting, de atitude competitiva, mesmo quando as coisas não saem tão bem puxa a equipa e é um exemplo para os colegas. Não me surpreende nada, quando fazemos algo é porque achamos que eles têm caraterísticas para o fazer, como o Zeno [Debast] na época passada a jogar a médio, fez uma belíssima época, agora a central, é fazê-los acreditar que conseguem ajudar seja onde for".
Vê-se muita alternância de movimentos com bola, como ter equilíbrio em construção ofensiva? "Nós tentamos sempre ser uma equipa equilibrada em todos os sentidos, é a tal história de estarmos no momento ofensivo e 'desconfiar confiando' para arranjar espaço. Na primeira parte o [João] Simões andava mais nas segundas linhas, ficámos mais expostos a transições. Na segunda parte já lhe pedi para andar 'dois mais dois' porque abriu mais espaços e ele estava muito mais equilibrado para a transição defensiva. As dinâmicas ofensivas é algo que treinamos e eles têm essa capacidade de o fazer e a liberdade do jogo e a mobilidade e depois a capacidade que é deles, de um passe, finta, receção orientada.... Dentro dos comportamentos ofensivos, eles estão nas posições em que têm de estar e, mesmo trocados, sabem o que têm de fazer. O macrocomportamento é coletivo, depois vem o individual, a variabilidade que temos tido em cada jogador também nos dá essa leitura e depois é a capacidade, porque eles estão cada vez mais inseridos seja em que posição for".

