Declarações de Rui Borges, treinador campeão nacional pelo Sporting, depois do triunfo por 2-0 sobre a antiga equipa, V. Guimarães, e o empate do Benfica em Braga, 1-1.
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Campeão nacional: “É indescritível. Disse desde que cheguei, quando perdi a Taça da Liga, 'é muita crença, muito acreditar'. Tem sido o caminho da equipa técnica, acreditar sempre. É o culminar de um grande trabalho, de um grande grupo, staff, toda a gente da estrutura, da academia, desde a malta da relva, que liga a rega, da cantina, os seguranças. Foi um acreditar enorme, este grupo merecia muito. Acreditou sempre, mesmo perante todas as dificuldades. Puseram em causa muitas vezes muita coisa, o grupo manteve-se unido, coeso, a acreditar. Só podia acabar assim, mereciam muito.”
Era isto que tinha idealizado? “Claramente que sim. Desde o primeiro dia, desde o primeiro momento que falei com o presidente. Acreditei muito, era o concretizar de um sonho. Um caminho onde trabalhámos, chegámos aqui pelo trabalho, pela capacidade de resiliência, pela competência, pela equipa técnica desconhecida, não fui um grande jogador, não estudei, sou apenas o Rui Borges, comecei lá atrás, deram as oportunidades pelo trabalho e competência. Chegámos aqui com todo o mérito. É o culminar de um sonho, agora é levantar a cabeça e seguir, à mais um troféu para disputar. É um bocado um mix de emoções, mas não poderia mais feliz do que estou. A felicidade deles, acima de tudo, é que me deixa feliz."
Sabe a quê? “Não sei dizer. A vida foi-me sempre dizendo que temos de a viver e ser felizes. Nunca olhámos para nada, para o dinheiro, o futebol dá-nos muitas coisas. Felicidade de fazer o que gostamos. Deixar um beijo aos meus pais, à minha mulher, ao meu filho, a toda a família. O maior desejo é que sentissem orgulho de mim em algum momento. Acho que sentem. Devem estar a sofrer e a chorar muito em casa. Infelizmente não tenho os meus pais no estádio. O maior trofeu que posso ter é o reconhecimento dos meus, das pessoas de Mirandela, que têm sido inacreditáveis. Pessoas de outros clubes a torcer por alguém da terra. Sou apenas o Rui Borges de Mirandela, com todos os defeitos, com as virtudes, um rapaz que acreditou num sonho e foi trilhando o seu caminho, com todo o mérito, competência e trabalho.”
Três treinadores diferentes: “Difícil é sempre. Seja em que momento for. As pedras fazem parte do caminho. Deixar um abraço ao João [Pereira] e ao Rúben [Amorim], fazem parte desta vitória, deste campeonato, são merecedores do reconhecimento. Jamais olharia para a oportunidade pelos problemas que poderiam surgir, olhei com a maior felicidade do mundo, o culminar de um sonho. A maior felicidade que eu tenho é treinar o Sporting. Jamais algum problema ia travar o nosso desejo. É difícil travar quem nasceu para vencer na vida. A única coisa que quero é vencer na vida.”
Dobradinha? “Agora é desfrutar deste título e depois pensar na Taça. Merecemos e eles merecem. Aproveitar esta felicidade e alegria, que bem merecemos.”