Técnico reviveu a conquista do título, "o momento mais lindo e grandioso" da sua carreira, e já olha para o 39.º. "Vamos ver o que ainda tenho no depósito", atira; Com contrato até junho de 2026, e embora admita que "nunca descartaria a Bundesliga", o treinador das águias considera que na Luz, e "num clube muito especial", "o pacote está completo".
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Chegou e venceu. Roger Schmidt, na primeira época a liderar o plantel do Benfica, fechou a campanha com a conquista do título. Nas nuvens com o feito, que aponta como mais importante da carreira, o treinador alemão prefere manter-se fiel à sua filosofia de vida, que lhe indica a importância de olhar mais para o hoje do que para um futuro mais distante. Sem promessas... promete o que sente ser por si controlável. "Vou dar tudo de mim", assegura.
Em entrevista ao Westfalen-Blatt, Roger Schmidt revisitou o passado de forma rápida, pincelou o presente e fez um esboço ligeiro do futuro, com o Benfica como tema principal de uma obra que se iniciou há pouco e já deu frutos. "A aventura parece curta e doce, mas o primeiro ano foi muito mais do que isso. Um antigo treinador do clube disse uma vez que para entender o Benfica é preciso ter feito parte do Benfica. Há algo muito verdadeiro nisso", afirmou, antes de considerar que "a conquista do título foi o momento mais lindo e grandioso" que viveu até agora "em termos de valor e importância".
O êxito no campeonato chegou depois de uma renovação de contrato até 2026, contrastando com a ideia anterior de Schmidt de que seria muito tempo ficar quatro anos no PSV Eindhoven. O que mudou? "Não tinha intenção de renovar tão cedo, mas é uma honra que o clube se tenha comprometido com o seu treinador nesse momento. Aqui, tenho o pacote completo. Portugal é um país lindo, a minha mulher e os meus filhos sentem-se em casa e ao fim de apenas um ano o Benfica é já um clube muito especial para mim. Por isso prolonguei o meu contrato. Com plena convicção", respondeu, sem querer olhar para o fim do vínculo, quando terá 59 anos. "Se há uma coisa que aprendi no futebol é que não faz sentido olhar muito à frente. A minha experiência diz-me para me focar mais no hoje. Conquistámos o 38.º campeonato em 2023 e vamos tentar chegar ao 39.º em 2024."
O futuro profissional manteve-se na mesa, com Schmidt a reconhecer que "nunca descartaria o regresso à Bundesliga", mas mantém que está bem na Luz. "Tomei decisões diferentes nos últimos anos e não me arrependi de nenhuma. Gosto de conhecer o futebol de diferentes perspetivas. Trabalhando fora, tens uma visão diferente da cultura do país e do futebol. Mas agora estou ansioso por ter mais três anos no Benfica e vou dar tudo de mim. Vamos ver o que tenho ainda no depósito" de combustível, gracejou.
Schmidt deixou a Alemanha e já conquistou seis títulos. Como explica o sucesso? "Os clubes estrangeiros contratam-me porque querem mudar algo no seu futebol. Assumir um clube e simplesmente fazer certas coisas de maneira diferente funcionou muito bem para mim até agora. Por outro lado, houve sempre uma vontade de aceitar e implementar essas mudanças."
A base da conquista também foi explicada pelo técnico, convencido que as suas equipas "têm de segurar o destino com as suas próprias mãos". "Se queremos dominar um jogo, temos de trabalhar com agressividade na procura da bola, controlar o jogo com bola e ter jogadores que saibam o que fazer com ela", diz, defendendo ser decisivo "aproveitar os 90 minutos para ser melhor e criar mais oportunidades de golo, o que aumenta a probabilidade de ser bem sucedido e de evitar o risco de que um canto ou um remate desviado decidam uma vitória ou uma derrota".
Fazer peito aos grandes europeus
A caminhada benfiquista na Liga dos Campeões terminou apenas aos pés do Inter de Milão nos "quartos", eliminação que, para Schmidt, não retira brilho ao que foi alcançado. "Perdemos apenas um em 14 jogos, infelizmente foi um muito importante, com a derrota por 2-0 [na Luz] ante o Inter. Também tivemos dois empates com o PSG e outro com o Inter, mas vencemos os dez restantes", lembrou, antes de concluir. "O facto de ainda podermos ter feito melhor é um bom sinal para mim: com o nosso espírito de equipa, podemos fazer muito, mesmo contra os grandes da Europa", apontou.