Na ressaca do afastamento da Taça de Portugal, com muita polémica à mistura, os encarnados avançam agora para terreno europeu, com uma bagagem de três visitas sem qualquer desaire.
Corpo do artigo
O último compromisso do Benfica não terminou como as águias desejavam, com o afastamento da Taça de Portugal, mas o plantel já aponta baterias para novo embate, agora referente à Liga dos Campeões.
Oportunidade para, com a bagagem de três jogos seguidos na condição de visitante, Roger Schmidt tentar conduzir a equipa a um resultado que mantenha abertas as portas dos quartos de final e de um registo que permitirá ao alemão entrar num lote restrito de treinadores encarnados.
Sob o comando do ex-técnico do PSV, o Benfica venceu a Juventus, em Turim (1-2), empatou em Paris com o PSG (1-1) e foi a Haifa golear o Maccabi (1-6). Roger Schmidt soma assim três deslocações sem desaires na Liga dos Campeões e apenas um treinador no longo historial benfiquista na competição (incluindo a Taça dos Campeões Europeus) logrou superar este registo que pode ser agora igualado caso os encarnados resistam a um Club Brugge que vive uma fase de desnorte na época, com duas vitórias nos últimos... 16 jogos.
Vários são os treinadores que registaram no seu currículo o mesmo que Roger Schmidt já alcançou na Luz, mas é necessário recuar mais de meio século para encontrar um registo melhor. Foi sob o comando de Otto Glória que o Benfica, entre 1968 e 1969, conseguiu dar um salto ao estrangeiro em quatro compromissos e manter-se imune a derrotas. Iniciou o ciclo com um triunfo sobre a Juventus (0-1), em Turim, registou um nulo na Islândia com o Valur, triunfou em Amesterdão ante o Ajax (1-3) e derrotou ainda o KB, em Copenhaga (2-3).
Nunca, antes ou depois, outro treinador somou uma sequência tão extensa e que agora está ao alcance de Roger Schmidt, numa fase em que o Benfica já foi afastado das duas outras competições a eliminar (Taça da Liga e Taça de Portugal) e aposta muito na passagem aos quartos de final da competição milionária. Aliás, recuperar o foco no jogo seguinte foi a preocupação imediata dos responsáveis mais próximos da equipa de futebol e do próprio técnico, no alerta que deram ao grupo de trabalho.
De referir ainda que, sem centrar apenas num treinador, o Benfica está já a escrever um novo capítulo na prova, com as atuais seis viagens sem derrotas, que supera o anterior máximo de cinco, iniciado por Jorge Jesus em Barcelona, prolongado por Nélson Veríssimo (Ajax e Liverpool), até aos três jogos com Roger Schmidt.
Um português e mais três estrangeiros entram no lote
Roger Schmidt está ao volante sem despistes nas últimas três "corridas" longe da Luz, um ciclo superado por Otto Glória, com quatro, mas igualado por mais alguns (poucos) técnicos das águias. O primeiro a consegui-lo foi Fernando Riera, que completou o jogo dos três em linha sem perder em 1963 (Norrkoping, Dukla e Feyenoord). Muitos anos depois, e após o registo referido de Otto Glória, foi Sven-Goran Eriksson a igualá-lo, em 1990 (Derry City, Honved e Dnipro), sucedendo-lhe neste "campeonato" Ronald Koeman (Villarreal, Lille e Liverpool), em 2006, até ao único português, Jorge Jesus, em 2011 (Otelul, Basileia e Manchester United).