Numa altura em que Ricardo Horta se aproxima de uma marca histórica, O JOGO falou com um adepto que conheceu Mário Laranjo, que nas décadas de 1940 e 1950 encantou a plateia arsenalista
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Autor de um bis no jogo com o Vizela, o primeiro da época, Ricardo Horta está cada vez mais perto de se tornar no máximo goleador da história do Braga, registo que pertence a Mário Laranjo, que nas décadas de 1940 e 1950 apontou 92 golos.
Capitão está a 13 golos de ser o melhor marcador da história do clube, registo que é de Mário Laranjo, um avançado de características peculiares
O capitão bracarense tem agora 80 remates certeiros e, atendendo a que a equipa minhota continua em todas as frentes, parece uma questão de tempo até alcançar a marca histórica, havendo ainda pelo meio o registo de Chico Gordo, com 89 golos.
Atualmente com 100 anos, e a residir no Faial, Açores, Mário não suscita memórias na maioria dos adeptos bracarenses, para não dizer praticamente todos. Mas O JOGO falou com José Guimarães, o filho de José Antunes Guimarães, presidente do Braga nos anos 40 do século passado, e responsável pela contratação do goleador histórico.
"O meu pai tinha uma representação de umas águas dos Açores e de lá alguém indicou o Mário. Eu tinha acabado de entrar no liceu, mais ou menos com 11 anos, e como prenda fui com o meu pai a Lisboa, de comboio, para trazer o jogador para Braga. Era o ano de 1945, mas ele naquela época já tinha jogado por um clube açoriano e, por isso, não foi possível inscrevê-lo e só começou no Braga na época seguinte. Lembro-me de o ver jogar no Campo da Ponte; o Mário era um jogador lento, mas muito eficaz, com um remate certeiro e uma boa técnica. Além disso, tinha uma caraterística peculiar, que era a de, por vezes, ficar sentado depois do remate para ver se a bola entrava", contou José Guimarães. E a verdade é que a bola entrou 92 vezes, um registo que Ricardo Horta pode ainda bater ao longo desta temporada.