"Ricardo Carvalho e Jorge Costa? Não faz muito sentido comparar-me a esses jogadores"
O FC Porto tem a segunda oportunidade para chegar à final da Youth League, competição apontada como a "Champions" da formação, e Diogo Queirós não esconde a ambição. Leia a entrevista do central a O JOGO.
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Depois de terem sido afastados na cobrança de grandes penalidades na época passada, os dragões partem com vontade redobrada para a edição deste ano da final-four da Youth League. Diogo Queirós é dos mais experientes e aponta o caminho para o sucesso.
Que significado tem para o FC Porto estar pela segunda vez consecutiva nesta fase?
-É um orgulho. Trabalhamos muito para chegar aqui e não é todos os dias que podemos participar numa grande festa do futebol. Queremos aproveitar ao máximo, com um melhor desempenho do que no ano passado.
A experiência traz uma abordagem diferente?
-Temos a mesma confiança e o mesmo desejo de vencer. No ano passado não correu bem, mas preparamo-nos melhor este ano e vamos entrar com muita atitude e mais vontade de vencer.
O facto de o FC Porto repetir a presença é um sinal forte da formação do clube?
-Sim, valoriza os jogadores e dá uma imagem da qualidade da formação do FC Porto.
"É um troféu especial, que representa a Liga dos Campeões"
Já foi campeão europeu sub-17 e sub-19, venceu a Premier League International Cup e foi campeão de juniores. Que importância tem vencer a Youth League?
-É um troféu especial, porque é o mais importante em termos de clubes, a nível Europeu. Se fizermos um paralelo, representa uma espécie de Liga dos Campeões do nosso escalão de formação, por isso temos tanta vontade de o vencer. Seríamos a primeira equipa portuguesa a conseguir, faríamos história.
Com certeza que já analisaram o Hoffenheim, o que destaca?
-São intensos, têm boa estatura, são fortes taticamente e vão apresentar-se com máxima vontade de ganhar, como nós. Mas vamos continuar com a identidade de jogo que nos permitiu chegar aqui. Tenho a certeza de que vamos alcançar um resultado positivo.
Ter mais observadores a analisar pressiona ou inibe de alguma forma?
-Não podemos cair na pressão de ter gente a observar-nos, porque até nos jogos de campeonato, em Portugal, temos gente a tirar notas do nosso desempenho. Será mais um jogo em que teremos de mostrar o nosso valor.
Esta época surge com mais ritmo de equipa B. Foi um passo importante para chegar melhor a esta fase?
-Sim, desde o ano passado que o nível competitivo e a intensidade são maiores, foi bom estar na equipa B, poder dar o meu contributo à equipa. Foi um passo importante.
Em que aspetos pode melhorar ainda?
-Os jogadores que já têm uma carreira longa e cheia de sucesso dizem que aprendem em todos os jogos e em todos os treinos, por isso eu ainda tenho muito que aprender.
"SONHO TER LUGAR NA EQUIPA A E VOU TRABALHAR PARA ISSO"
Depois de ter arrancado a preparação integrado na pré-época do plantel principal, Diogo Queirós quer dar o passo seguinte já em 2019/20. "Vou tentar estar presente na pré-época e manter-me no plantel principal para poder dar o meu contributo ao clube. O meu sonho é ter lugar na equipa A e vou continuar a trabalhar para isso", confessou, quando confrontado com os objetivos a curto prazo. "É por etapas. Estou na equipa B, quero chegar à equipa A e depois jogar e assim sucessivamente para ter uma carreira que me satisfaça", insistiu.
COMPARAÇÕES COM HISTÓRICOS "NÃO FAZEM MUITO SENTIDO"
Não será a primeira vez, nem a última, que Diogo Queirós se vê comparado com velhas glórias do clube, como Jorge Costa, Fernando Couto, ou Ricardo Carvalho. Mas perante as expectativas que isso tem alimentado, o central traçou limites. "Não faz muito sentido comparar-me a esses jogadores, porque eles tiveram a sua história no clube e eu quero ter uma à minha imagem, tentando ser eu e apresentando o meu futebol", vincou.
"O nosso desempenho é o mais importante e depois temos de saber manter os pés assentes no chão, porque nada está garantido"
RESULTADOS E FORMAÇÃO COMBINAM
A batalha não é nova, mas Diogo Queirós acredita que é possível "conjugar" a obrigação que o FC Porto tem de apresentar resultados todas as épocas, com uma aposta consistente na formação. "São duas situações que se podem conjugar. É preciso trabalhar no máximo para passar para a equipa principal e continuar a apresentar resultados", apontou, de modo que o nível se mantenha, pelo menos. Daí que a "paciência" seja a chave na fase de transição para o plantel principal. "Vou tentar singrar no FC Porto e jogar. Se não acontecer, vou insistir, ter paciência e esperar pelo meu momento. Certamente que vai chegar se continuar a mostrar as minhas capacidades", afiançou. Alguns, como Dalot, André Silva e Rúben Neves, quase nem precisaram disso para sair. "Só prova que o talento em Portugal é muito grande", frisou.
"FC PORTO ACREDITA EM NÓS"
Nos últimos meses, o FC Porto tem vindo a renovar contrato com vários jogadores da formação do clube e Diogo Queirós [tem contrato até 2021] interpreta isso como uma prova de confiança. "O clube continua a acreditar em nós e nós temos de mostrar que merecemos a confiança que depositam em nós. O nosso desempenho é o mais importante e depois temos de saber manter os pés assentes no chão, porque nada está garantido", apontou, sem esconder o desejo que espera ver realizado em breve: "Sonho estrear-me no Dragão, mas quero conquistar muito mais."
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