Beunardeau revela: diretora-geral pagou da conta pessoal o ordenado de dois jogadores
Guarda-redes francês do Aves falou à rádio RMC dos dias difíceis que vive o plantel, sem receber salário desde o início do ano. Em comunicado, a SAD reiterou que "esta situação se deve ao facto da atividade económica da China ainda não ter sido retomada a cem por cento".
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Os salários em atraso no Aves já são notícia em França, país de origem do guarda-redes Beunardeau, que deu conta à RMC das dificuldades que se vivem no balneário e revelou que a diretora-geral da SAD terá pago do próprio bolso ordenados dos dois jogadores mais cotados no mercado, antes do jogo com o Sporting, apesar de ter prometido a regularização da situação de todo o plantel. "Vamos para o terceiro mês. Não recebemos um só salário. Em meados de fevereiro, tomámos posição, dizendo que íamos fazer greve e no dia seguinte um jornal escreveu que não tínhamos recebido por causa da Covid-19", declarou, a propósito das dificuldades invocadas pelo acionista chinês da SAD.
"Tenho colegas de equipa que protestam no balneário que não é possível e vão bater à porta dos dirigentes a pedir um adiantamento do salário, porque é impossível [continuar assim] e mesmo assim o clube não paga", denunciou, revelando que houve quem já tivesse recebido algum do dinheiro em atraso: "Foram os dois jogadores com maior valor de mercado, os nossos dois avançados. Soubemos que a diretora-geral lhes tinha pago da sua conta pessoal e o grupo ficou revoltado. Ou é toda a gente [paga] ou não é ninguém". Estrela Costa, a responsável da SAD em causa, demitiu-se de funções, entretanto.
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Em comunicado divulgado na tarde deste domingo, a SAD do Aves reitera que as dificuldades são reflexo do impacto do surto pandémico de Covid-19, que começou precisamente na China. Leia os argumentos do Aves, na íntegra:
"Dadas as declarações de vários jogadores do clube vindas a público nas últimas horas, por causa da situação de incumprimento salarial e das suas consequências na vida dos profissionais do clube, a SAD do CD Aves vem a público explicar, uma vez mais, que esta situação se deve ao facto da atividade económica da China ainda não ter sido retomada a cem por cento e de isso vir a impedir os seus responsáveis de fazer a gestão interna esperada, situação de que Portugal vem tomando noção nos últimos dias, com os constrangimentos impostos na vida dos portugueses por causa do Covid-19. Neste contexto de contágio galopante, acreditamos que nem as medidas entretanto tomadas pela Liga portuguesa cheguem a tempo para atenuar a situação.
A toda a esta situação juntam-se os maus resultados da equipa, que também não têm ajudado a SAD do CD Aves, limitando-lhe as transferências na janela de inverno e impedindo-a de reforçar o plantel. Apesar deste contexto adverso, a SAD do CD Aves reforça a intenção de cumprir com as suas obrigações e de normalizar todas as situações o mais rapidamente possível."