Reorganização: futebol do Benfica será com Lourenço Coelho, Braz fica com o mercado
Reforço da SAD é visto por Rui Costa como alguém disciplinado e disciplinador e assume tarefas organizativas e operacionais, deixando para o até agora diretor-geral a parte de mercado. Lourenço Coelho terá funções de diretor-geral e prepara 2022/23 com Rui Costa e Rui Pedro Braz
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O Benfica vai arrancar a próxima temporada com uma nova estrutura diretiva para o futebol, cuja entrada em ação já aconteceu, mas que produzirá efeitos a partir de 2022/23, época que está já a ser preparada pelo trio que preenche a cúpula de decisão.
Para este grupo restrito entrou agora Lourenço Pereira Coelho, nomeado administrador da SAD, que ficou com o pelouro do futebol e, sabe O JOGO, está já a assumir as funções habitualmente desempenhadas por um diretor-geral.
Esta reorganização, que foi discutida e colocada em pratica no mês passado, pouco antes da participação do Benfica na final four da Taça da Liga, estava nos planos de Rui Costa para ser acionada no final da época, mas o rendimento desportivo e vários outros fatores paralelos impeliram o presidente encarnado para a reestruturação imediata.
Assim, além dele próprio, deu-se a entrada de Lourenço Pereira Coelho, ratificado como administrador da SAD no final do último mês, e a continuidade de Rui Pedro Braz, que deixa de parte as tarefas de diretor-geral para se dedicar mais em exclusivo às de diretor desportivo, com especial atenção para tudo o que diz respeito à área da gestão de ativos e de mercado.
Confirma-se assim o regresso de Lourenço Pereira Coelho a funções de responsabilidade, ele que foi diretor-geral das águias de 2013 a 2017, tendo depois abdicado do cargo e mantido a ligação profissional ao clube, mas como elo de ligação à Liga. Esta será, precisamente, uma das funções, todas a nível mais burocrático, que terá sob a sua alçada, juntando-lhe tudo o que tem a ver com logística, calendarização, organização e ligação com os órgãos que gerem o futebol nacional. Visto por Rui Costa como um profissional de eleição disciplinado e disciplinador, uma espécie de "relógio suíço", vai reportar diretamente ao presidente.
Lourenço Pereira Coelho já está em funções, a partir do Estádio da Luz, e a dar o seu contributo na preparação da próxima época, juntamente com Rui Costa e Rui Pedro Braz, que terá a seu cargo as funções para as quais foi inicialmente contratado. Gestão da carteira de ativos (incluindo renovações, empréstimos e ligação à equipa B) e tudo o que está relacionado com o mercado, tanto a nível de vendas como de contratações, estará na ementa de tarefas do ex-comentador televisivo, contratado em meados de junho de 2021.
Esta estrutura a três, mas que funciona como bicéfala a nível da gestão do futebol, já estava delineada anteriormente, mas a crise diretiva em que o Benfica se viu mergulhado subverteu a lógica de funcionamento. Luís Filipe Vieira assumia quase tudo o que tinha a ver com mercado, mas foi preso na sequência da operação Cartão Vermelho, Rui Costa deixou de ser diretor desportivo para assumir a presidência e durante três meses esteve mais dedicado à reorganização do clube e às eleições que se seguiram. Em paralelo, o diretor-geral Tiago Pinto saiu para a Roma.
A estrutura ficou reduzida a Rui Pedro Braz e, a espaços, Rui Costa, voltando agora a uma normalidade imposta pela crise desportiva, com a saída do técnico Jorge Jesus, substituído por Nélson Veríssimo, e uma série de maus resultados que culminaram com a perda da Taça da Liga e um grande atraso no campeonato.