Reinaldo Teles, o dirigente que resolvia os conflitos: "Era uma pessoa especial"
Antigos jogadores do FC Porto recordam com saudade os tempos que passaram com o homem que chefiou o futebol portista.
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O falecimento de Reinaldo Teles, cujo funeral se realiza esta sexta-feira, no Porto, continua a gerar homenagens, assim como mensagens de despedida. O JOGO convidou seis antigos jogadores dos dragões a contarem uma história que tenham vivido com o Chefinho" ou "Senhor Reinaldo" como era tratado. Madjer, Deco, Domingos Paciência, Pedro Emanuel, Rui Barros e Inácio falam de um dirigente "especial", que defendia "intransigentemente" o FC Porto, e que tinha uma grande capacidade para resolver conflitos.
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Rui Barros, atual treinador da equipa B do FC Porto, lembra-se bem do início de carreira no clube, em 1987, depois de ter sido emprestado ao Covilhã e ao Varzim. "Nós fazíamos muitas asneiras, mas ele era a nossa proteção. Fomos a alguns bares e restaurantes a horas tardias e ele encontrou-nos algumas vezes, mas nunca dizia a ninguém, dizia apenas para irmos para casa, porque estávamos ali a mais. Não contava nada aos treinadores, tentava resolver logo o problema. Era muito chegado a nós e tínhamos uma confiança cega nele", recorda.
Reinaldo Teles faleceu na quarta-feira, aos 70 anos, depois de uma vida inteira ligada ao FC Porto, primeiro como atleta, depois como dirigente
Consternado com a morte de Reinaldo Teles, um dirigente que sempre o apoiou, Madjer lembra que antes de vestir a pele de dirigente, "era um amigo" que estava sempre presente. "O FC Porto é uma verdadeira família e é isso que faz a força do clube. Reinaldo era uma pessoa especial para o FC Porto e para mim. Está no meu coração", vinca o antigo internacional argelino, pedindo, através de O JOGO, para endereçar os pêsames à família enlutada. "Apresento as minhas condolências ao seu irmão, o meu amigo Joaquim Pinheiro, com quem trabalhei nos Juniores A do FC Porto. Condolências também ao FC Porto", reforçou o antigo jogador.
Um outro "mágico", Deco, recorda um homem que "tinha uma influência muito grande no balneário". "Ele e o presidente completavam-se muito bem, porque dava o equilíbrio que o balneário precisava, nomeadamente em situações onde havia alguma tensão. Já saí do FC Porto em 2004, há 16 anos, mas sempre que me via tratava-me da mesma forma", reconhece.