Comissão do Mercado de Valores Mobiliários investiga ligação entre acionista e líder da Luz.
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A ligação entre Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, e José António dos Santos, principal acionista individual da SAD encarnada, está na mira da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O regulador da bolsa revelou no seu relatório anual, relativo a 2020, a existência de diversas ações e, segundo avançou o "Correio da Manhã", uma delas visa precisamente Vieira e José António dos Santos, dono do Grupo Valouro e conhecido como "rei dos frangos".
"No final do ano tínhamos em curso 11 processos de investigação, quatro deles abertos no ano por suspeitas de abuso de informação e de manipulação de mercado", esclarece a CMVM no relatório publicado no seu sítio, sem especificar quais os processos em causa e os nomes dos investigados. Isto num documento no qual voltou a defender o chumbo da OPA (oferta pública de aquisição) da SAD benfiquista, feita pelo próprio clube, através da Benfica, SGPS. Considerando esta operação "ilegal", a CMVM entendia que seria a sociedade a financiar a sua própria compra, razão pela qual vetou o processo. José António dos Santos seria o principal beneficiado, pois poderia fazer, caso vendesse as suas ações, uma mais-valia de 11 milhões de euros. O investidor garantiu, porém, na altura que não o iria fazer.
De acordo com a publicação, as investigações da CMVM não estão relacionadas diretamente com a OPA em questão, mas sim ligadas a informações tornadas públicas aquando da audição de Luís Filipe na comissão parlamentar sobre as perdas do Novo Banco, do qual o presidente do Benfica é um dos grandes devedores.