Central encarnado doou uma desconhecida quantia financeira a uma empresa do país natal que se dedica ao desenvolvimento de software para combater a doença
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Corria o ano de 2007 quando Paul Vertonghen, pai do agora defesa do Benfica, à época com 18 anos e a jogar no Ajax, morreu vítima de um cancro cerebral, que lhe causou ataques epiléticos na fase terminal da vida. Impactante, a perda de um ente deveras querido motivou, anos mais tarde, o jogador belga a apoiar o tratamento da doença.
O central encarnado, detentor de uma fundação humanitária com o próprio nome, procedeu, refere esta quarta-feira o jornal 'HLN', à entrega voluntária de um montante, cujo valor não é conhecido, à empresa Epilog, que desenvolve software de tratamento de epilepsia e análise a ondas cerebrais.
"Acredito firmemente na história de crescimento. A Epilog [sediada em Gent] é uma empresa maravilhosa que está no meu coração. Estou muito satisfeito por poder contribuir através deles para o cuidado daqueles que têm que lidar com a epilepsia ", referiu o futebolista, citado num comunicado dirigido à Imprensa belga.
Essa mesma tecnologia da Epilog permite aos médicos uma melhor compreensão dos dados oriundos da realização de um eletroencefalograma e , inclusive, aumentar a eficácia dos necessários tratamentos para combate da doença.
Jurgen Van Broeck, diretor comercial da Epilog, cujo CEO (Gregor Strobbe) é amigo de longa data de Vertonghen), reconheceu que o experiente defesa do Benfica "sempre acompanhou de perto a evolução da empresa" belga e que a ligação "especial" é mantida "por causa da doença do pai".
A própria mãe do futebolista belga, Ria Mattheeuws, também citada pelo jornal 'HLN', assegurou que a decadência do marido causou transtorno em Vertonghen, não obstante ter singrado no futebol ao mais alto nível, e que se preocupava constantemente com o pai, ainda que fosse, por vezes, protegido.
"As crianças eram pequenas e não viram muito os ataques, já que costumavam estar na escola, mas sei que isso afetou-os muito. Vimo-lo deteriorar-se, num cadeira de rodas. O Jan ligava diariamente para saber como estava o pai. Quando sabia que tinha [Vertonghen] um jogo importante, não lhe dizia que o pai não estava bem", disse.
O lado humanitário de Vertonghen teve uma real expressão em 2019, quando o futebolista, agora ao serviço da Bélgica no Europeu, criou a 'Fundação Jan Vertonghen', destinada a entreter crianças doentes, deficientes e carenciadas.