Niakaté vive a melhor sequência de jogos como titular e promete ser escudo na Luz. Rebocho elogia o salto para Portugal.
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Niakaté está em alta no Braga, titular da equipa no passado recente e em jornadas que têm marcado um posicionamento autoritário e insinuante dos guerreiros na discussão do título, objetivo que terá capítulo fundamental sábado, na Luz.
O central francês, de 23 anos, procedente do Metz mas pertencente, por vínculo, ao Guingamp, justificou largamente a aposta feita, apesar de ter revelado a espaços alguma imaturidade, tendo o Braga acionado nos últimos tempos a opção de compra que detinha junto do clube da II Divisão, cifrada em 1,8 milhões.
Foi, sobretudo, nesta segunda volta que o potencial disparou e convenceu adeptos e administração, além do óbvio impacto na leitura de rendimento da parte do treinador, que depois de confiar mais na dupla Tormena/Paulo Oliveira passou a socorrer-se de Tormena e Niakaté.
Até se pode dizer que Niakaté chega a este crucial encontro com o Benfica no pico de forma da temporada, o que já era notório pela sequência de jogos e qualidade dos desempenhos, mas mais exponenciado ficou com golo e assistência na goleada sobre o Portimonense. Nem será precipitado dizer que o francês é, nesta altura, um central em verdadeiro comando e mais determinante para a equipa, até porque Tormena regressa de castigo para discutir o lugar com Paulo Oliveira. O central gaulês, formado no PSG, é elogiado por Pedro Rebocho, seu antigo companheiro no Guingamp.
"Conheci um Niakaté sem medo de errar e com muita vontade de aprender. A margem de crescimento era enorme, não só pelas qualidades que revelava, mas também pelo facto de ser esquerdino e atuar em diferentes posições da defesa, marcando sempre o seu potencial. Connosco, foi lateral-esquerdo algumas vezes", documenta Rebocho, agora a jogar nos polacos do Lech Poznan, tocando numa adaptação também experimentada por Artur Jorge.
A evolução do defesa em Portugal merece louvores e os números sugerem que esta tem tudo para ser a melhor época da carreira, no que toca a jogos, minutos e recheio do currículo com títulos. "No Guingamp, estávamos a jogar na II Liga. Para a qualidade dele, era uma realidade curta. Acho que precisava de um estímulo diferente para conseguir evoluir e isso aconteceu com a mudança para Braga. Agora, tudo o que vemos é amplamente natural", elucida o lateral português, não negando o contributo que deu na adaptação de Niakaté, a partir de algumas conversas com o francês, quando foi definida a cedência.
"Conheço muitos jogadores do Braga, os irmãos Horta, o Tiago Sá. Sabia que o grupo o ia ajudar muito na integração. Ele também já sabia que os portugueses gostam de umas boas brincadeiras no balneário, e que fazemos de tudo para que os novos se integrem bem. Avisei-o disso, ele também tem bom espírito, está sempre a rir-se e gosta de palhaçada", acrescenta Pedro Rebocho.
Investimento seguro que vai dar "muito retorno"
O lateral alentejano formado no Benfica, que passou por cedências a Moreirense, ainda pertencia ao clube da Luz, e ao Paços de Ferreira, já como jogador do Guingamp, não duvida de que Niakaté é um trunfo para o Braga garantir pontos nesta deslocação a Lisboa para um choque titânico com implicações inequívocas na luta pelo título, esta época aberta aos guerreiros.
O francês até vem de uma jornada proveitosa, na qual marcou e assistiu. "Será um adversário difícil para quem o tiver pela frente, vai continuar a mostrar a sua solidez defensiva, sendo muito perigoso nas bolas paradas. Creio que tem sido uma das peças fundamentais do Braga esta época, e ainda junta qualidade na construção", descreve Rebocho, aprovando a aposta dos minhotos na contratação em definitivo de Niakaté: "Fizeram muito bem, ele vai dar muito retorno".