Matheus está na melhor época. Ser campeão seria o clímax de uma carreira brilhante em Portugal, outra vez com Jamor na rota; Matheus é o jogador mais titulado a jogar pelo Braga, tendo vencido já duas Taças de Portugal e uma Taça da Liga. Espreita dois troféus até final da época e o irmão, Moisés, acredita numa vitória na Luz.
Corpo do artigo
A fazer a quarta época consecutiva acima dos 40 jogos, Matheus é um guarda-redes de moral reforçadíssimo na visita dos minhotos à Luz, até porque acabou de receber a distinção de melhor guarda-redes do mês de março e tem estado sucessivamente em plano de destaque pelas exibições e por deixar a baliza a zero - 16 clean sheets na Liga. As ambições com que este Braga chega à reta final da época, apurado para a final da Taça de Portugal e ainda com apetite pelo título nacional, podendo complicar, e muito, as contas do líder Benfica, contam-se em parte pela estabilidade na baliza, um fundo de garantia conhecido de outras épocas. Esta é já a nona do luso-brasileiro na Pedreira, mas 2022/23 vai superando registos. Matheus tem agarrado tantas bolas quanto elogios, determinando a sorte de alguns jogos e fazendo-se notar um gigante num grande Braga.
Há um sol radioso em Braga, há uma visão de troféus e de prestígio. Matheus, como homem mais titulado entre os arsenalistas, vencedor de duas Taças de Portugal e uma Taça da Liga, bem envolvido no período áureo do clube, quer mais, ambicionará o título nacional aos 31 anos, aspiração acentuada pelo contexto.
Numa ligação rápida à China, ouvimos Moisés, irmão do guarda-redes, antigo médio do Palmeiras hoje ao serviço do Shandong Taishan. "É uma época muito boa do Braga, muito consistente, estando nos primeiros três desde o começo. Vemos que está aqui uma possibilidade real de título, difícil é certo, mas se há um por cento de possibilidade que seja, vão todos lutar pela conquista. Este jogo é importantíssimo, já existiram esta época confrontos em que o Braga se saiu muito bem frente ao Benfica. Acredito que vão vencer e seguir na "briga" pelo título", argumenta Moisés, validando a resposta da equipa num jogo que pode encorajar o plantel a ir ao encontro de algo épico.
"É importante trazer à memória os grandes jogos recentes do Braga com o Benfica, é algo que injeta a confiança de poder alcançar coisas melhores. Mas isto é passo a passo, não têm de pensar no final, só no que representa o Benfica neste jogo, fazerem o melhor."
Humildade e mestria
"Não é só Matheus, a equipa está bem preparada, há grandes jogadores e há experiência. Vou torcer muito, sou um espectador ferrenho do Braga e do Matheus", diz o médio.
O Braga no passado recente tem protagonizado rasteiras aos encarnados. Matheus, por exemplo, tem 16 jogos contra o Benfica e venceu sete, excluindo dessa soma o último empate na Taça de Portugal, que acabou por virar triundo e onde o guarda-redes ajudou a selar o apuramento no desempate por penáltis. "Ele tem um percurso significativo no clube, tem feito um trabalho brilhante de várias temporadas e conquistado títulos. Já entrou na história do Braga", elogia Moisés. "Estou sempre a acompanhar, a realidade do Matheus é a realidade do Braga. Costumo dizer que o mais difícil não é chegar ao topo, é manter-se lá. O Braga vem mostrando melhores resultados a cada ano, sempre entre os melhores. E o Matheus sempre a fazer grandes temporadas, esta melhor ainda, mesmo tendo grandes adversários na baliza. Respeita todos e faz o seu trabalho com humildade e mestria", destaca o irmão.
"Vai surgir uma oportunidade na Seleção"
Se o título nacional é um sonho na cabeça de Matheus, a Seleção de Portugal é outro que tem assaltado o imaginário: "Acredito que ele está pronto, tem demonstrado, mas numa seleção há vários jogadores de qualidade e Portugal tem seguramente grandes guarda-redes. Vai chegar a oportunidade a qualquer momento e ele estará preparado para ajudar", assegura o médio a jogar na China, de onde se debruça sobre a evolução categórica do irmão, de quem foi companheiro no América Mineiro. "Ele evoluiu em todas as áreas da posição, como também na vida particular. A saída para a Europa obriga a uma adaptação mais tática. Percebo mais segurança, um grande jogo de pés em que participa na construção da equipa, um nível de orientação melhor, e um apuro da parte técnica. Cresceu imenso, a idade também ajuda", regista, valorizando a felicidade em redor com uma família feita em Braga.