Antevisão do treinador do FC Porto ao jogo de Famalicão, da jornada 11 da I Liga, agendado para as 18h00 de domingo
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Sexto jogo em 23 dias, pouco tempo de descanso: "São poucas horas de preparação. Em geral, temos tido um calendário apertado. O trabalho de todos tem sido muito importante para maximizarmos tudo. É normal que tentamos preparar-nos em todos os sentidos. Vai ser um jogo difícil. Sabemos como o Famalicão tem estado desde que Hugo [Oliveira] pegou na equipa. Em casa são muito bons. Só sofreram um golo e vai ser um jogo muito exigente. Temos de estar preparados".
Disse que Famalicão, Gil Vicente e Braga apresentavam o melhor futebol. Onde coloca o FC Porto? "Não sei, não pensei nisso. O adversário está num momento muito bom. Nós, claro, estamos com um calendário apertado. Muitos jogos e isso já foi mencionado. Jogámos oitenta por cento dos últimos jogos fora de casa e estamos a tentar gerir isso. Claro que o nosso desejo é vencer todos os jogos. Até agora, estamos bem. Acho que frente ao Braga tentámos ter o controlo do jogo, principalmente na segunda parte, e contra o Utrecht jogámos um jogo muito bom, com 75% de posse de bola. 50 toques na área adversária. Estou a repetir-me, mas acho que estamos no caminho certo e com algumas coisas para melhorar. Mas também já foram feitas muitas coisas boas. Ainda assim, estamos longe da perfeição e precisamos de tempo para aperfeiçoar algumas coisas".
Deniz Gul saiu em Utrecht e entrou Samu. Possibilidade de jogarem os dois ao mesmo tempo: "Deniz estava bastante cansado quando saiu, o jogo foi muito exigente. Foi motivo físico e tático. O Gabri, na minha opinião, foi o melhor jogador em campo em várias fases do jogo. E senti que precisávamos dele até ao fim para aparecermos mais na grande área, para ter o passe final, para jogar em espaços curtos. O Deniz até foi usado a extremo contra o Moreirense, por exemplo. Podem existir muitos cenários, dependendo do jogo".
FC Porto venceu os dois últimos jogos do campeonato com dificuldades. É uma preocupação? "O jogo tem 90 minutos e é igual marcar no primeiro ou no último. Os resultados iniciais elevaram as expectativas. Sentir que temos de ganhar sempre 2-0 ou 3-0... Mas não é assim. No campeonato, na Europa, na Taça, os jogos são muito complicados. Há uns que desbloqueamos cedo, mas noutros temos de lutar e competir até ao fim. Já falei disto algumas vezes, acho que foi construída uma narrativa que não é saudável. Os nossos rivais, bem como os meios de comunicação, querem deitar o FC Porto abaixo. Mas o que nós queremos é ver a equipa unida. Vamos enfrentar as dificuldades como uma família, a família portista. E quando estamos com essa mentalidade, podemos defrontar qualquer adversário em qualquer circunstância. É o momento para estarmos unidos, em que precisamos dos nossos adeptos, para continuarmos a lutar tal como fizemos desde o início da época".
Há risco de a equipa perder identidade depois de uma abordagem diferente nos últimos jogos? "É muito claro o que queremos fazer. Sermos dominantes, ter bola no terço ofensivo, pressionar alto. Somos os melhores em todas as estatísticas relacionadas com a agressividade defensiva. Mas os jogos podem colocar diferentes cenários. E, para mim, uma equipa grande precisa de ter a capacidade de mudar de face consoante o tipo de jogo. Contra o Braga, se tivéssemos sido mais eficazes, poderíamos ter feito dois ou três golos. Não o fizemos. Depois, com a coragem e a maneira do Braga jogar, obrigaram-nos a defender mais baixo. Mas mesmo assim, senti que o espírito de equipa esteve lá, algo que tem de estar no ADN do FC Porto. Precisamos de uma flexibilidade que nos permita ser camaleónicos. E a isso não chamo falta de identidade, chamo capacidade de nos adaptarmos. Se formos pelos estudos, vemos que as equipas bem-sucedidas são as que se adaptam aos diferentes cenários".
FC Porto sofreu frente ao Utrecht de bola parada, ponto no qual o Famalicão é forte: "O Famalicão é uma equipa que tem mais de 50% de golos feitos através de bolas paradas. Têm qualidade em jogo aberto, jogadores que podem criar perigo. Mas, nas bolas paradas, são muito bons. Temos de ter muita atenção. Claro que há combinações diferentes que tentamos estudar, mas vão preparar outras coisas e precisamos de estar preparados. O golo contra o Utrecht é uma boa oportunidade para estarmos alerta, e para ganhar novamente a confiança para defendermos esses momentos da maneira certa".
Rodrigo Mora e Gabri Veiga podem jogar juntos? "Podem. É um cenário possível. Os nossos médios são muito adaptáveis. Já dei o exemplo do Pablo, que é um seis que pode jogar a 8. O Eustáquio é um número 8 que também pode jogar com seis. O Rodrigo é o mais ofensivo, ao estilo de um número 10. O Gabri é um 8/10. De acordo com o jogo, podemos jogar com isto e manter um equilíbrio na equipa. É isso que procuramos. Fazemos tudo com intenção."
Luuk de Jong a pensar no Sintrense: "Esperamos que sim, ele e o staff estão a fazer um trabalho fantástico. Já começou a treinar no relvado, a fazer algumas sessões com bola. A reação é positiva, apesar de ainda ter algumas dores. Esperamos que depois da paragem para as seleções volte a estar com a equipa, a treinar e jogar."

