Desde 2002/03 que o FC Porto não contratava tantos jogadores na I Liga. Quase todos os novos elementos fazem mais do que uma posição.
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O mercado de transferências do FC Porto acelerou nos derradeiros dias e culminou na chegada de dez jogadores, seis dos quais contratados na I Liga. O resultado traduz-se em números que se destacam nos últimos anos, além de acentuarem uma imagem de marca do plantel azul e branco: quase todos os reforços são capazes de alinhar em mais do que uma posição.
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Vamos por partes, primeiro a quantitativa. Fomos aos registos até ao início do milénio dos mercados de verão, descontámos os jogadores que retornaram de empréstimos e os que foram transferidos na mesma janela, e concluímos que os dragões não contratavam tantos jogadores no mercado interno desde 2002/03. Carraça, Cláudio Ramos, Zaidu, Taremi, Toni Martínez e Nanu já alinhavam na I Liga, enquanto Evanilson, Felipe Anderson, Malang Sarr e Marko Grujic vieram do estrangeiro - curiosamente, destes últimos, só o ponta de lança brasileiro chegou ao Dragão a título definitivo.
Já na época que viria a terminar com a conquista de campeonato, Taça de Portugal e Taça UEFA, o número total de reforços até foi igual ao desta, dez, mas nove já jogavam em Portugal: Paulo Ferreira, Pedro Emanuel, Nuno Valente, César Peixoto, Tiago, Bruno, Maniche, Derlei e Jankauskas - o lituano estava emprestado ao Benfica pela Real Sociedad. Por outro lado, e por contraponto, as duas últimas épocas foram as únicas nas quais os azuis e brancos não asseguraram reforços a nível interno no mercado de verão. Por fim, o número global de contratações deste defeso só fica atrás dos registados por Julen Lopetegui em 2014 (15) e 2015 (11).
A lista de compras no verão tem aumentado de ano para ano desde a chegada de Sérgio Conceição, que em 2017 só recebeu Vaná e retornados de empréstimos. Recorde do milénio pertence a Lopetegui
Mas para lá dos números estão as características. À exceção do guarda-redes e dos pontas de lança, todos os reforços são polivalentes, à semelhança de jogadores como Manafá, Otávio ou Corona. Carraça é lateral-direito mas foi médio muitos anos; Nanu faz ambos os corredores por inteiro e Zaidu toda a ala esquerda, além de poder ser central; Grujic tanto pode jogar a 6 como a 8, Sarr é central e lateral-esquerdo e Felipe Anderson conhece todas as posições de matriz ofensiva. Múltiplas combinações à disposição da imaginação de Sérgio Conceição.