Paulinho Cascavel, o melhor ponta-de-lança do século para os adeptos do Vitória, indica a receita para bater o Sporting, um dos outros três clubes que representou em Portugal.
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Paulinho Cascavel está ligado à história do Vitória. Considerado o melhor ponta-de-lança do século, na Gala do Centenário, realizada em setembro do ano passado, conseguiu um registo notável de 60 golos em 76 jogos.
Nas duas épocas em que esteve nos vimaranenses, Cascavel defrontou quatro vezes o Sporting, que representaria posteriormente, e não marcou em apenas num desses jogos, curiosamente, no primeiro, a 24 de novembro de 1985, que terminou com o triunfo do Vitória por 4-3.
"Fiquei louco, um pouco frustrado por não marcar num jogo em que ganhámos 4-3, mas feliz pelo triunfo saboroso", recorda o goleador, que conquistou a primeira Bola de Prata no encontro de Alvalade, a 31 de maio de 1987, ao fazer o golo do Vitória no empate a um golo.
Como também ganhou o outro jogo disputado no D. Afonso Henriques (fez o segundo golo no 3-1) e está "sempre atento" ao "seu" Vitória, Paulinho Cascavel apresenta a receita para bater uma equipa com a dimensão do Sporting. "Como o potencial dos grandes é maior, a concentração é fundamental numa equipa média. Ter um bom balneário e um bom grupo é importante, mas nesses jogos a concentração tem de estar no máximo", defende. "Uma equipa grande pode estar a fazer um jogo razoável, mas não facilita, mesmo que só tenha uma ou duas oportunidades, e mata o jogo. E uma equipa média tem várias e acaba muitas vezes por não marcar. A principal arma contra uma equipa grande é, por isso, a concentração", argumenta Cascavel.
O antigo avançado considera também que a juventude do plantel vitoriano não é uma desvantagem. "A concentração não tem nada que ver com a idade", sustenta. "Um atleta de 17, 18 ou 19 anos que joga na I Liga tem a mesma concentração de um que tem 30, não tem a ver com o jogar pior ou melhor. O que conta é a determinação, o querer ganhar, aquele espírito "até comemos a relva, até os matamos", isso é que é importante, estar ligado no jogo do primeiro ao último minuto", frisa, deixando uma última mensagem a "um treinador jovem que está a fazer um trabalho positivo." "Um treinador é mais um bom psicólogo. Tem de conseguir juntar o balneário, formar uma equipa de bravos lutadores para vencer uma equipa teoricamente de maior dimensão", sustenta o ex-jogador.