Bruno Gaspar e o empate em 2016: "Houve magia e o D, Afonso Henriques virou um vulcão"
Lateral-direito recorda o jogo memorável contra o Sporting em que o Vitória perdia por 3-0 e empatou 3-3
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Depois de Flávio Meireles e de Alex Freitas, o Vitória de Guimarães ouviu desta vez Bruno Gaspar, que faz parte do atual plantel, sobre um jogo memorável contra o Sporting. A 1 de outubro de 2016, o Vitória conseguiu empatar a três golos depois de estar a perder por 3-0. Com um bis de Moussa Marega (o primeiro golo foi de penálti aos 74') e um golo de Tiquinho Soares, aos 89', a equipa de Pedro Martins empatou um jogo eletrizante.
Reação a partir dos 74 minutos
"Tudo começou com um penálti arrancado pelo Hernâni. Na marcação, o Marega atirou para um lado e o Patrício foi para o outro lado. Estávamos a perder por 3-0 contra uma grande equipa, mas continuávamos a disputá-lo, sem cessar, e esse golo ajudou. O 3-2 [também de Marega] surgiu muito rapidamente, em menos de cinco minutos [aconteceu aos 75 minutos], e a partir daí fomos empurrados pelos nossos adeptos. Percebemos que tudo seria possível. O Estádio D. Afonso Henriques virou um vulcão, completamente".
As mensagens de Pedro Martins
As substituições operadas pelo míster Pedro Martins apontavam para uma reação. Não meteu defesas para evitar mais golos sofridos. Entraram, por exemplo, o Raphinha e o João Aurélio (esse para jogar a médio)... A mensagem dele é que tudo era possível, mesmo a perder por 0-3. Só lhe restava essa forma de comunicar connosco, através das substituições. Por mais que tentasse falar, não se ouvia nada no estádio tal era o barulho. Quando estás lá dentro, é muito difícil comunicar com o banco. O Pedro Martins foi inteligente e conseguiu mexer connosco".
Conexão
"Quando surgiu essa grande penalidade aos 74 minutos, olhámos para o marcador e pensamos assim: "porque não?` Passados cinco minutos, fizemos o 2-3 e depois aconteceu o livre que proporcionou o nosso terceiro golo. Do outro lado estava um Sporting fortíssimo, comandado por Jorge Jesus e candidato ao título. Sabíamos que não seria fácil repor a igualdade perante um adversário tão poderoso, mas o nosso estádio é sempre muito complicado para os adversários. Quando os jogadores e os adeptos conseguem conectar-se, estas coisas acontecem".
Descolar do fundo do poço
"Tratou-se de um dos jogos mais arrepiantes da minha carreira. Também estive num 3-0, com o Rui Vitória, mas esse 3-3... Depois de estar a perder por 0-3, conseguir recuperar daquela forma: isso diz muito de uma equipa. Foi o mote para uma grande época. Descolámos do fundo do poço e atingimos o topo".
Magia e insónia
"Nesse dia fiquei acordado até tarde, a tentar gerir as emoções do jogo. Acho que quase ninguém dormiu nessa noite. Houve magia."
Perplexidade do outro lado
"Não me lembro de ter conversado com algum jogador do Sporting no final da partida, mas recordo-me bem das suas caras. Acho que não tinham a noção do que tinha acontecido ali. Foi claramente um jogo especial".
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