(Parte 2) - Análise ao desempenho do ataque do FC Porto, após 13 jornadas da I Liga
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Mais oportunidades, mais cruzamentos, mais remates e posse de bola, mas incapacidade para concretizar. Estatística diz que os avançados deviam ter marcado sete golos. Mas só marcaram um
Aboubakar foi o herói da única reviravolta do FC Porto, com um bis ao Young Boys
Soares é quem mais cai nos duelos
Não é só pelas oportunidades que desperdiça que Soares se tem destacado pela negativa nos jogos em que o FC Porto não tem conseguido vencer. Tiquinho é aquele que mais "perde" na diferença entre duelos ofensivos ganhos e perdidos. Marega até ganha mais em situações de crise, Zé Luís tem números quase iguais, Fábio Silva e Aboubakar têm poucos minutos para amostra.
Zé Luís também remata menos e pior
Ainda que seja o único dos quatro pontas de lanças mais utilizados por Conceição com um golo marcado em jogos sem vitórias, a verdade é que Zé Luís é como Soares, Marega ou Fábio Silva: consegue menos remates e em pior direção. O FC Porto acaba por ter de se socorrer dos alas, médios e defesas para carregar.
Marega com coração mas sem assistir
A noção de que o ataque do FC Porto passa a jogar mais com o coração do que com a cabeça, quando está a perder, ganha força quando se constata que, no caso de Marega, as assistências para remates à baliza adversária passam de uma média de 1,4 por jogos para 0,6 quando a equipa não vence. Os outros mantêm a média.
Condição de Fábio Silva retira-lhe peso
Fábio Silva vem somando minutos, aos poucos, mas aos 17 anos, não teve direito a muitos minutos nos jogos que o FC Porto não venceu. Foi lançado às feras em Barcelos e na Liga Europa em Roterdão e Edimburgo. Jogou um total de 51 minutos, pelo que os números quase não pesam.
Aboubakar com amostra promissora
Aboubakar foi o herói da única reviravolta do FC Porto, com um bis ao Young Boys, pelo que foge à lógica descrita nos casos anteriores. De resto, em jogos de aperto, só jogou um par de minutos contra o Krasnodar. Ou seja, a estatística é irrelevante pela quase amostra muito reduzida. Mas era muito prometedora.
Defesa falha em quase toda a linha
Quando não ganha, a equipa do FC Porto não peca só por questões ofensivas. Os números mostram que o coletivo permite mais remates (7,8 contra 6,6), deixa o adversário tirar mais partido desses mesmos remates, com a eficácia de disparos à baliza a passar de 27,4% para 50,1%, o que obviamente tem consequências em termos de golos sofridos, com a média a subir para 1,8 golos. A diferença de rigor defensivo verifica-se ainda nos duelos individuais e nas bolas paradas, com mais cantos concedidos, por exemplo.
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