(Parte 1) - Análise ao desempenho do ataque do FC Porto após cumpridas 13 jornadas da I Liga. Estatística diz que os avançados deviam ter marcado sete golos. Mas só marcaram um
Corpo do artigo
O FC Porto não conseguiu vencer sete dos 24 jogos que disputou. Aliás, a dificuldade em virar uma situação de desvantagem (ver página 9) é uma constante em 2019/20 e tem muito que ver com a falta de resposta dos pontas de lança nos momentos de maior aperto.
O FC Porto criou mais situações de ataque nos jogos em que não conseguiu vencer, mas os avançados ficaram a "dever" seis golos à equipa
Juntos, levam 23 golos esta época, mas apenas um foi marcado nos tais sete jogos sem vencer. O FC Porto até produziu, em média, mais caudal ofensivo do que em jogos que ganhou tranquilamente. Rematou mais, cruzou mais, teve mais posse de bola e outros dados que a infografia pode comprovar. Quase sempre falhou na finalização.
O ataque do FC Porto sofre de problemas que o empate com o Belenenses voltou a evidenciar. Marega, Zé Luís e Soares, essencialmente (Aboubakar quase não jogou e Fábio Silva pouco mais) têm desperdiçado muitos golos, e isso torna-se mais notório quando os azuis e brancos não ganham, consequência da falta de eficácia na relação remate/golo e ainda de problemas defensivos (ler parte 2).
Os números analisados por O JOGO mostram, por exemplo, que é importante que o FC Porto marque pelo menos dois golos por jogo, porque, quando isso não acontece, tem dificuldades em garantir os três pontos.
A jogar fora de casa no campeonato, os azuis e brancos não têm disfarçado dificuldades - exceção feita à deslocação à Luz (vitória por 2-0). Nas outras viagens, o FC Porto precisou de lutar.
Em Portimão, arrancou os três pontos já no período de compensação. Nas restantes jornadas, o FC Porto venceu foi sempre pela margem mínima (0-1), empatando duas vezes a um golo (Marítimo e Belenenses), depois de ter perdido em Barcelos (2-1), na jornada inaugural. Na Liga Europa, a equipa também não viajou melhor, cedendo duas derrotas (Roterdão e Edimburgo) em três jogos.
Mais oportunidades, mais cruzamentos, mais remates e posse de bola, mas incapacidade para concretizar
Seis golos por marcar, dois deles em Roterdão
Tendo em conta que o FC Porto tem quebrado contra adversários teoricamente mais fracos, a diferença de rendimento dos avançados é gritante. Aboubakar salvou o jogo em casa do Young Boys. E só Zé Luís marcou um golo nos sete jogos em que o FC Porto perdeu ou empatou: ao Krasnodar.
Nesses encontros, os números revelam que a quantidade de oportunidades desperdiçadas cresce exponencialmente. Soares é, aliás, o exemplo mais flagrante do desperdício dos pontas de lança, com quatro golos que terão ficado por marcar atendendo às oportunidades criadas pela equipa e à relação entre golos esperados e concretizados disponibilizada pelo portal Wyscout.
Só em Roterdão, recorde-se, o brasileiro desperdiçou pelo menos dois golos que teriam evitado a derrota portista. Também Zé Luís e Marega estão abaixo do esperado nessa matéria. Ao todo, em função da estatística, os goleadores deveriam ter sete golos nesses sete jogos. Têm apenas um e não bastou para continuar na Champions.
11601130