Francisco Batista era médio do Tirsense na única ocasião em que os jesuítas jogaram uma meia-final da Taça de Portugal, em 1970/71, precisamente contra o Benfica, algo que se repete tal como uma disputa a duas mãos. Mas, nessa altura, equipa nortenha jogava na 1.ª Divisão
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Santo Tirso já ferve de expectativa, tendo o Benfica como adversário nas meias-finais da Taça a 9 de abril, copiando-se um cenário visto em 1970/71, curiosamente também, então, a duas mãos. Mas se o Abel Alves Figueiredo, então palco de primeira nessa temporada, pôde acolher o jogo em casa, desta vez, o Tirsense foi desviado do seu conforto mais íntimo para reduto com melhores condições, Barcelos.
Neste recuo histórico, os jesuítas, que seriam nonos no campeonato de 1970/71, não tiveram chances na eliminatória perante um Benfica, que seria goleado pelo Sporting na final. Amaral ainda deu uma esperança em Santo Tirso, o Tirsense partiu na frente, procurando bater o pé ao gigante, que juntava Simões e Eusébio à geração de Humberto Coelho, Toni, Artur Jorge ou Nené. Acaba por perder em casa por 1-3, caindo na Luz com 5-1. Nesse plantel dos homens de Santo Tirso figurava o magriço Alberto Festa, colega de Eusébio no Mundial de 1966. No meio-campo estava Francisco Batista, hoje com 82 anos, que havia jogado no FC Porto. "Havia uma diferença muito grande, como agora vai voltar a haver. Na altura éramos do mesmo escalão mas as diferenças podem ser idênticas às que se descobrem hoje, mesmo com o Tirsense no Campeonato de Portugal. E era o Benfica, com os seus jogadores de eleição, muito forte em qualquer circunstância", lembra Francisco Baptista, contextualizando os argumentos de uma equipa que subira na época anterior.
"Nós tínhamos jogadores de grande qualidade, a equipa tinha o seu valor, não era, por acaso, que estávamos na 1.ª Divisão. Fomos campeões na 2.ª Divisão com quatro jogadores que tinham chegado do FC Porto. Foi com uma vitória sobre o Farense na Tapadinha", precisa, olhando à atualidade.
"Há sempre qualquer coisa que nos leva a pensar que é possível, mesmo sabendo que a diferença é abissal. Mas há milagres que acontecem, embora, a duas mãos, as hipóteses ainda são mais remotas, nem chegarão a um por cento. Queria muito que o Tirsense eliminasse o Benfica. Foi o único clube onde fui campeão, já que no FC Porto não tive essa sorte", desabafa.