Entrevistado pela Dragões, o defesa fala da perda da irmã com a chegada da pandemia de covid-19 e recorda o dia em que foi abordado pelo FC Porto
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Aquele FC Porto de 2004: "Quando soube da proposta do FC Porto, pensei logo que era um presente de Deus. Foi mais do que um sonho. Não só porque se trata de um grande clube, mas também porque já seguia o FC Porto na minha infância em África. Vi a final da Liga dos Campeões contra o Mónaco em 2004 pela televisão. Estava muito focado na hipótese de ir para o FC Porto, até porque não estava a jogar no Newcastle. Era um período menos bom da minha carreira, mas eu sabia que era apenas o resultado da escolha de um treinador."
Deixar marca no clube: "A minha mãe disse-me que quando representamos uma equipa temos de deixar nela algo nosso. A vida passa rápido e o futebol também. Quando uma oportunidade surge, temos de aproveitá-la. Já fiz história aqui. Um dia, quando sair do FC Porto, as pessoas vão dizer que um jogador chamado Chancel esteve cá no clube e deixou marca."
Um soco no estômago trazido pela pandemia: "Não foi fácil lidar com a chegada desta pandemia, porque perdi a minha irmã mais velha. Quando retomámos os treinos, o treinador pediu-nos para estarmos muito concentrados e eu estava abalado. É uma lembrança triste. Naquela fase, o importante era deixar tudo em campo e conquistar o troféu para poder aliviar a dor que sentia. Quando estava em casa e pensava no que tinha acontecido, sofria bastante, porque tinha perdido um pilar da minha família."