ENTREVISTA - Carvalhal curva-se à excelência do iraniano, um achado para o Rio Ave. E entende recusa à Arábia Saudita.
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Entre todos os jogadores, imagino que haja um gozo especial por ter tido nas mãos Taremi...
-Quando se fala do contrato da vida, o Taremi já o fez no Catar. A capacidade financeira dele foi adquirida aí, antes de vir para o Rio Ave. Muita gente observou-o em anos anteriores, mas ninguém deu passo definitivo para o contratar. Tanta gente me disse que ele já tinha sido observado. Mas foi o Rio Ave, eu e o Vilas Boas, mais o presidente Campos, que fomos em busca do jogador. Falámos durante um mês e foi difícil demovê-lo, porque tinha um ótimo contrato. Só que ele alimentava muito o desejo de triunfar na Europa. Estava com 26 anos, o Rio Ave oferecia condições financeiras mínimas, mas oferecia-lhe algo muito importante: abria as portas. Falei com Taremi várias vezes, até que ficou convencido. E em boa hora veio.
Do Rio Ave ao FC Porto, foi um sucesso retumbante.
-Imprimiu-nos dinâmicas muito boas como ponta-de-lança sobre a esquerda ou segundo avançado. Um jogador excelente, um ótimo rapaz, muito inteligente. Vamos falando e estou feliz pelo sucesso alcançado no FC Porto.
Esta aposta na Europa que segue firme, é normal?
-Não me espanta nada que tenha recusado a parte financeira pela carreira. Veio com grandes ambições e mantém os planos, é muito determinado. Connosco, foi quase melhor marcador da Liga. Tudo o que fez é caminho dele, tem evoluído imenso, também teve a sorte de encontrar um treinador com a exigência e a qualidade do Sérgio Conceição, que o colocou num nível mais alto.
Característica singular?
-Quando chegou, quase não recuperava bolas, a transição defensiva não existia. Tornou-se num dos melhores recuperadores na nossa equipa. No FC Porto, isso é outro grande atributo. Foi sempre inteligente no último passe, nas movimentações, altamente refinado. Mas a inteligência é sua a grande arma. É introvertido, não de muitas falas, mas sempre simpático.
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