Ernesto e Lúcia tratam dos equipamentos do Coimbrões. O primeiro chorou com o sorteio. Conheça melhor a história de ambos.
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O FC Porto já interpretou várias vezes, neste milénio, o papel de Golias na Taça de Portugal.
Desta feita, o Coimbrões será o David e o dia-a-dia do décimo classificado da Série B do Campeonato de Portugal conta com a dedicação inexcedível do casal Ernesto e Lúcia, encarregados da rouparia do clube. Ernesto fá-lo por carolice e para que a esposa Lúcia, funcionária do clube, não tenha tanto trabalho. Quando no papel do sorteio constou o nome "FC Porto" a seguir ao do Coimbrões, Ernesto emocionou-se.
"Sou benfiquista, mas respeito o FC Porto porque o meu filho fez lá a formação", conta o antigo lateral-direito dos gaienses, que outrora chegou a ser comparado a... João Pinto. "Entrei no Coimbrões com oito anos, ainda isto era um pelado... Cheguei a jogar nos seniores e diziam que eu era como João Pinto, por ser duro e raçudo. Passava a bola, mas não passava o jogador...", recorda Ernesto, por entre o cheiro a lavado das toalhas que secam junto aos balneários do Parque Silva Matos, casa dos gaienses.
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Cuidar dos equipamentos é a missão deste casal há seis anos. No início, Lúcia nem sabia que haviam diferentes tipos de meias. "Pensava que isto era um clube pequeno, mas afinal é muito grande. Não sabia o que era uma meia de encher ou uma meia cortada e aprendi tudo com os jogadores", recorda.
O encontro diante dos dragões mobiliza uma atenção mediática que Ernesto e Lúcia nunca tinham visto, mas o trabalho é o mesmo. "Só teremos outra responsabilidade porque iremos jogar fora de casa", explica Lúcia, aludindo ao Estádio Dr. Jorge Sampaio, casa emprestada do Coimbrões. Quanto aos prognósticos, Ernesto, que espera poder cumprimentar Sérgio Conceição no túnel, acha que o jogo vai ficar 2-2 e tudo se decidirá nos penáltis. Já Lúcia acredita numa surpresa e numa festa que acabará no Silva Matos.