Julio Velázquez, treinador do Vitória de Setúbal, deixou críticas à Liga portuguesa e agradeceu a Silas por lhe ter devolvido a chamada.
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Conversa com Silas: "A última solução foi tentar falar com o Silas em busca de um exercício de empatia, de treinador para treinador. Liguei-lhe duas vezes. Ele não atendeu, mas mandei-lhe mensagem e agradeço de coração, que ele voltou a ligar-me de volta e falámos com respeito. Expliquei-lhe a nossa situação e ele argumentou a situação deles, mas percebeu perfeitamente a nossa. Gosto de dizer sempre a verdade. Expliquei tudo a cem por cento e ele argumentou que fevereiro é um mês difícil. Admitiu que não se importava de jogar noutra data. A data que falámos seria início de março. Falámos da data três, quatro ou cinco. A data também não é perfeita porque jogamos com o Benfica, mas disse com sinceridade que preferia. Neste momento a minha prioridade é a saúde dos meus jogadores, essa é a minha grande preocupação".
Adiar para março: "Eu disse 'perfeito, vou falar com o clube' e o clube falou com a Liga, mas o que acontece é que o regulamento diz que tem de se jogar no espaço de quatro semanas e aí só há uma data possível [fevereiro]. Há uma data possível, nem eu nem o Silas nos importamos de jogar em março. Ele percebe que a situação é muito grave, muito mais do que se fala. Eu como profissional percebo o que se passa no Sporting, mas esta é uma situação de cariz totalmente particular e grave. Para isso há situações excecionais. O Sporting tem muitos jogos, eu compreendo, mas nós temos 18 jogadores em alerta máximo. Vamos fazer um exercício de bom senso. Jogamos em março e não fazemos figuras tristes como temos feito desde há dois dias. Todos dizem isto, mas se morrer alguém fazem todos homenagens, deixam mensagens nas redes sociais... Falamos de jogadores que estão em situações graves. O máximo que posso fazer com os jogadores é dar uma volta ao campo".
Estado dos jogadores: "Falamos de jogadores que estão numa situação grave. Gosto muito de Portugal e da Liga portuguesa, mas há que entender que temos de favorecer o que interessa: a saúde dos jogadores. Eu entendo, perfeitamente, a situação do Sporting, mas vamos fazer um exercício de coerência. Numa situação excecional temos de atual como tal e procurar o bem-estar e saúde dos jogadores e o bem-estar da Liga. O que eu sei é que não vou pôr em risco a saúde dos jogadores. Se ao minuto vinte ficamos com seis jogadores em campo porque não dá para jogar mais, então se é isto que queremos na Liga portuguesa... Temos de procurar o bem-estar da Liga, mas em primeiro lugar o bem-estar dos jogadores. Não é depois, quando for tarde, porque um jogador teve uma paragem cardiorrespiratória, que vamos pôr todos as mãos na cabeça".
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