A O JOGO, Sylvinho, ex-treinador do central no Corinthians, vê velocidade e cabeceamento como forças do reforço das águias.
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João Víctor tem chegada prevista ao Benfica ainda antes da partida das águias para o estágio em Inglaterra, na próxima sexta-feira, após ajudar o Corinthians na visita ao Boca Juniors na Libertadores.
O triunfo das águias na corrida com o FC Porto pelo defesa-central de 23 anos (os encarnados pagam 10,5 M€ por 75% do passe do jogador, mais 10% da mais valia de uma venda futura segundo apurámos), após viagem-relâmpago ao Brasil do diretor-desportivo, Rui Pedro Braz, permite a Roger Schmidt contar com mais uma opção para o eixo defensivo dos encarnados.
Um reforço que soma características distintas às das principais opções, Otamendi e Vertonghen, na análise de Sylvinho, ex-treinador do jovem defesa no Corinthians, a O JOGO.
"Prevalece a sua velocidade. João Víctor é alto, magro, não é um central de sustentação ou de força, mas é extremamente veloz. Permite à equipa jogar no meio-campo do adversário, com a defesa subida e dá tranquilidade porque, numa situação de contra-ataque, vai buscar os avançados em velocidade. O seu cabeceamento também é bom pois impulsiona-se muito bem", aponta Sylvinho que, entretanto, deixou o Corinthians nas mãos do técnico português Vítor Pereira.
Da experiência tida com o central, o ex-internacional canarinho, que também jogou em clubes como Manchester City, Barcelona, Celta e Arsenal, reteve um grande talento com margem, ainda, para crescer mais. "Técnica e taticamente, João Víctor precisa de um período de maturação. Isso será um processo natural e há uma série de coisas que ele vai adquirir no futebol europeu, onde é tudo tão diferente e até o relvado é mais rápido. A experiência vem com bons jogos em competições importantes, como a Liga dos Campeões, ganham-se bastantes coisas aí. Esse crescimento só o é permitido com jogos", analisa o treinador, que vê um ponto claro que tem de ser trabalhado por Roger Schmidt. "A saída de bola, por exemplo, é um aspeto que ele vai melhorar na Europa. Costumo dizer aos defesas que os avançados são melhores porque eles é que têm sempre a bola", diz a sorrir.
Nos últimos dois anos, pelo Corinthians, Víctor esteve em 75 jogos, alinhando mais de seis mil minutos. Ainda assim, Sylvinho sente que o jovem precisa ganhar mais "calo", ao lado de veteranos como Otamendi ou Vertonghen. "Ter jogado fora do Corinthians [esteve emprestado ao Atlético Goianiense em 2020] foi uma experiência muito boa para ele. Apesar de ser jovem, não vai chegar sem qualquer experiência. Já lá vai o tempo em que se iam buscar jogadores feitos ao Brasil mas ele está preparado para saltar para a Europa. Está na idade correta, mas não vai sair totalmente pronto daqui. Jogar ao lado de defesas mais experientes pode ajudá-lo, sem dúvida. Víctor fez uma temporada ao lado do Gil, um veterano e os dois estiveram muito bem, complementaram-se e foram uma das defesas menos batidas", lembra Sylvinho.