Puxar pela equipa é a praia de Artur Jorge: "Lembro-me de que nos dava umas duras"
Ex-companheiro Zé Nuno Azevedo acredita que o técnico vai carregar nos incentivos para reabilitar a equipa, após o desaire no Dragão.
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Só muito excecionalmente é que o Braga da década de 1990 acumulava triunfos sucessivos. Por essa altura, Artur Jorge envergava a braçadeira de capitão e nunca se conformava com os maus resultados.
Chegava a ser irascível no balneário, mas o tempo deu-lhe experiência para perceber quando é que o grupo precisava de ser chamado à razão num clima de paz. Na opinião do ex-companheiro Zé Nuno Azevedo, o técnico está agora mais do que habilitado para passar as mensagens adequadas à equipa na ressaca de uma derrota pesada no Dragão, frente ao FC Porto.
"A vontade de vencer sempre fez parte da nossa carreira, apesar de termos vivido uma realidade completamente diferente. O Artur Jorge está agora num contexto em que a derrota é a exceção. Lembro-me de que pontualmente nos dava umas duras, mas acredito que o seu discurso, nesta altura, será mais de incentivo do que de crítica", estimou.
À espera de uma "boa resposta" já na quinta-feira, frente ao Union St. Gilloise, na terceira jornada do Grupo D da Liga Europa, o antigo lateral dos bracarenses entende que a equipa só pecou por "falta de comparência" na primeira parte do jogo com os portistas. "O Braga falhou na agressividade com e sem bola na primeira parte. Fez uma primeira parte algo passiva, embora o FC Porto não seja um adversário qualquer. O FC Porto teve mérito no que fez, mas faltou, inicialmente, ao Braga aquilo que só apresentou na segunda parte: ser agressivo no plano ofensivo. Não foi só mérito do adversário, houve demérito do Braga, que não foi capaz de se impor. Não conseguiu contrariar aquilo que seria expectável da parte do FC Porto", observou Zé Nuno Azevedo, certo de que os minhotos devem continuar a apontar a metas elevadas no campeonato. "Perder em casa de um adversário direto nunca pode beliscar. A ambição está bem presente na equipa e até é muito bom sinal quando se pergunta se uma derrota no Dragão belisca os objetivos do Braga. É sinal de que estão a fazer uma temporada muito boa", avaliou.
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Abaixo da média em tudo
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A ressurreição do Braga na segunda parte do jogo com o FC Porto não foi suficiente para a equipa se aproximar dos números "habituais" nesta época. De uma forma geral, a equipa exibiu-se abaixo da média no Estádio do Dragão, somando menos remates (nove contra 16,91 por jogo) e passes certos (415 contra 447,55), tendo menos posse de bola (51,61% contra 54,57%), perdendo mais bolas (111 contra 102,55) e recuperando menos (81 contra 83,27). Em golos marcados, não foi além de um (autogolo de Pepe) quando, em média, faz 2,7 por jogo.