Dragões foram a jogo na terça-feira com cinco produtos do Olival no onze, terminando com outros quatro
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André Villas-Boas, ao longo de toda a campanha eleitoral, e Vítor Bruno, no dia em que foi apresentado como treinador, não podiam ter sido mais claros: no novo FC Porto, a aposta e valorização do “ouro da casa” é para reforçar livre de amarras e, mediante garantias de qualidade e maturidade precoce, sem olhar ao cartão de cidadão. Uma promessa que começou a ganhar forma logo no primeiro dia de pré-temporada, com as chamadas de vários jovens formados no Olival aos trabalhos da equipa principal, e que vai ganhando contornos cada vez mais definidos.
O jogo de preparação com o Al Arabi, na terça-feira, foi um bom exemplo. O novo homem do leme portista incluiu cinco produtos da formação no onze que iniciou o embate com os cataris: João Mário, Gabriel Brás, Martim Cunha, Romário Baró e Rodrigo Mora. E não ficou por aí. Aquando do apito final, mesmo após 11 substituições, estavam em campo quatro representantes da “casa”: Diogo Fernandes, Vasco Sousa, Gonçalo Borges e Gonçalo Sousa.
Frente ao Al Arabi, Cláudio Ramos (32) foi o mais velho na equipa inicial, que apresentou uma média de idades de 24 anos. Para esse número contribuíram Martim Cunha e Rodrigo Mora, ainda menores.
Contas feitas, nove dos 22 jogadores utilizados por Vítor Bruno no primeiro teste em solo austríaco fizeram a formação no FC Porto. Pode dizer-se, claro, que a procissão ainda nem no adro vai - há titulares que ainda estão de férias (ver caixa) -, mas não deixa de ser um sinal do que estará por vir em 2024/25. A juntar à confiança depositada no contingente “made in Olival”, a própria média de idades do onze que defrontou o Al Arabi ilustra a tendência jovem que paira no reino do Dragão. Com Cláudio Ramos como elemento mais velho (32 anos) e os miúdos Mora e Martim Cunha (ambos menores de idade, com 17) no pólo oposto, a média foi de 24 anos. Ao cabo dos 90 minutos, o número baixou para os 23,1 anos.
O regresso dos internacionais ao trabalho, previsto para dia 24 - Eustáquio só volta a 28, dia da apresentação aos sócios -, deve “empurrar” um ou outro jovem (e não só...) para fora das contas de Vítor Bruno, mas não é de esperar que o treinador deixe cair a aposta na formação, até porque, ao que foi possível apurar, o técnico está manifestamente agradado com a resposta dada pelos “diamantes em bruto”. Basta, aliás, recordar as palavras do sucessor de Sérgio Conceição no mês passado.
João Mário, Gabriel Brás, Martim Cunha, Baró e Rodrigo Mora foram titulares frente ao Al Arabi. Ainda entraram outros quatro “made in Olival”
“Sou dos que não hesita em apostar quando tiver que apostar. Há muita gente que diz que é preciso ter cuidado e não queimar etapas, mas, se estivermos sempre à espera do momento certo, nunca mais avançamos”, afirmou o treinador, corroborado na terça-feira, em Arouca, pelo presidente. “O Vítor foi bem claro na apresentação, temos uma visão para dinamizar a formação do FC Porto”, reiterou AVB. A indicação dada até ao momento é clara: o palco está aberto.
Trio por estrear e outros dois a caminho
Dos 12 jogadores da formação do FC Porto que convocou para o estágio em curso na Áustria, Vítor Bruno só não utilizou três contra o Al Arabi: o guarda-redes Gonçalo Ribeiro e os laterais Dinis Rodrigues, requisitado à “última hora” à equipa B, e Martim Fernandes, que recupera de lesão.
Na próxima semana, com a chegada dos vários nomes de peso que estiveram a disputar Europeu e Copa América, o contingente de atletas “made in Olival” vai aumentar, a menos que, até lá, haja uma surpresa no mercado a envolver Diogo Costa e Francisco Conceição, já com estatuto firmado.