A última vez que o Vizela defrontou o Benfica, para a Taça da Liga, em 2017, João Pedro estava lesionado. A primeira vez pode ser no sábado.
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Sem duvidar do profissionalismo dos atletas do plantel de Álvaro Pacheco, poucos devem sentir o peso do emblema como João Pedro.
O lateral-direito é natural de Vizela e não conheceu outro clube que não o da sua terra. Sem contabilizar os anos de formação, 2019/20 é a sua décima segunda época consecutiva no emblema.
A oportunidade até surgiu, em 2016/17, mas o coração falou mais alto... "Surgiu a oportunidade, no ano em que descemos de divisão [da II divisão ao campeonato de Portugal]. Podia ter continuado na II Liga, mas, à última hora, o coração falou mais alto, e o meu bem-estar...", confessou o jogador, que concilia o futebol com a licenciatura em exercício físico, "para quando o futebol acabar".
Não foram, por isso, muitas as oportunidades de defrontar o atual campeão nacional. Em 2017, para a Taça da Liga, podia ter acontecido, mas João Pedro estava lesionado. Agora, está apto para o jogo de festa. "A cidade está motivada para este jogo e por outro lado ajuda a que a cidade acorde, não só nestes jogos, mas em todos os jogos do campeonato. É um privilégio, é um jogo para desfrutar. Queremos dar uma boa imagem. Sabemos que a pressão não está no nosso lado, está no lado do Benfica e queremos aproveitar e fazer o nosso jogo e sentir a que nível é que estamos. Se temos capacidade para uma equipa tão forte ou não... Temos expectativas altas e não temos obrigação nenhuma de vencer o jogo, mas queremos deixar uma boa imagem", vincou o atleta de 30 anos.
Mas até se pode conseguir mais do que a boa imagem. "Deixar uma boa imagem e fazer história seria ganhar o jogo", explicou, acrescentando rapidamente que "no futebol nada é impossível".
A dar força à possibilidade de fazer história há um facto, o Vizela ainda não perdeu em casa nesta temporada. "Esse facto ajuda-nos a alimentar o nosso sonho, mas sabemos que será muito complicado."
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Adeptos vão poder ir à casa do Benfica antes de o jogo provar umas bifanas e panados
Inaugurada em 2005, por Luís Filipe Vieira, a Casa do Benfica de Vizela conta com um dia de festa e aguarda por ele desde o dia do sorteio. "Foi com grande alegria que recebi o resultado do sorteio. Estava a ver e quando saiu o Vizela vi logo que ia sair o Benfica", relatou José Maria Alves, presidente da Casa há quase quatro anos.
"Há muita gente que não tem oportunidade de ir lá abaixo ver os jogos e vai ver aqui. Em Vizela, embora a maioria seja portista, os benfiquistas estão a crescer bastante", contou, explicando que os bilhetes a que têm direito, 400, são poucos.
Ainda sem um programa oficial delineado, José Maria conta ter alguém da estrutura dos encarnados a visitar a Casa, onde se vão concentrar os adeptos para seguir, a pé, até ao estádio do Vizela. Para que ninguém vá com o estômago vazio, o bar de apoio estará abastecido de panados e bifanas antes de assistir ao jogo. "O importante é o Benfica ganhar, porque o Vizela nunca terá muitas hipóteses de chegar à final da Taça de Portugal e o Benfica sonha com isso", justificou-se José Maria, desejando que o "resultado não seja muito dilatado", a pensar também no Vizela.