Presidente do Belenenses atira-se a Evangelista: "Defende um futebol à margem da lei?"
O presidente do Sindicato dos Jogadores falou em "abutres" a aproveitarem o lay-off simplificado e Rui Pedro Soares
Corpo do artigo
As críticas do presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, ao recurso do Belenenses SAD ao "lay-off" simplificado para enfrentar as perdas financeiras decorrentes da paragem competitiva causada pela pandemia do coronavírus, caíram mal nos azuis, que já responderam pela voz do seu presidente, Rui Pedro Soares, em entrevista à Rádio Renascença.
No programa Bola Branca, Joaquim Evangelista falou de dirigentes "abutres", de "habilidades" e de um "boicote ao trabalho negocial com a Liga", e Rui Pedro Soares não se ficou: "A minha maior surpresa, das palavras do presidente do Sindicato, foi quando o ouvi dizer que o futebol não deveria recorrer a apoios públicos. Fica a ideia - deve ter-se expressado mal - de que o presidente do Sindicato defende um futebol à margem da lei em que as receitas sejam asseguradas através de expedientes como os que existiam no passado, no futebol. O pagamento em dinheiro vivo, etc. O que mais me surpreendeu foi isto. Vamos recorrer a quê? A negociatas entre empreiteiros e câmaras? A vendas de terrenos? Dinheiro vivo? Não! A Belenenses SAD atua dentro da lei. Pode ter sido um momento infeliz do presidente do Sindicato e hoje já estar arrependido. O Sindicato quer um futebol à margem da lei? É isso que quer? Regressar ao passado, em que os clubes nem sequer impostos pagavam?"
O líder do clube não quis comentar como a media adotada foi acolhida pelo plantel.
"O diálogo que temos com todos os trabalhadores é interno e assim vai continuar. Trata-se de uma decisão difícil que apenas foi tomada a pensar na estabilidade a longo prazo da Belenenses SAD e dos seus trabalhadores. Face às receitas que estamos a perder e às receitas que considerávamos como certas, foi a única decisão que podíamos encarar. Para proteger a empresa e todos os seus trabalhadores. Esperamos poder revertê-la [a decisão de "lay-off"] o mais breve possível, mas depende do calendário do vírus. Quando as autoridades de saúde permitirem o regresso, o 'lay-off' vai ser levantado", afirmou, mostrando-se cauteloso sobre o regresso da competição: "Compreendo que a Liga apresente tentativas de datas para o reinício. Mas é claro para todos, e para a Liga também, que apenas vamos regressar quando as autoridades de saúde deste país disserem que o podemos fazer".