Presidente do Alpendorada perdeu na política, mas assume: "Prioridade era o futebol"

Uma semana antes do jogo da Taça contra o Estrela da Amadora, Américo Costa, que pertencia a uma lista partidária do PS à junta de freguesia saiu derrotado (ganhou o PSD), mas depois sorriu ao ver a sua equipa eliminar um histórico. O treinador Nuno Barbosa e o jogador Simão Melhôr também abordaram a O JOGO a receita para eliminar o Estrela da Amadora
O Alpendorada, que milita na série B do Campeonato de Portugal, foi um do tomba-gigantes desta eliminatória da Taça de Portugal ao vergar o Estrela da Amadora, da I Liga, por uns expressivos 3-1. Esta vitória atenuou a perda das eleições à junta de freguesia local, da qual Américo Costa fazia parte da lista do PS (ganhou o PSD), embora esse fosse um objetivo secundário do presidente.
"Estive nos dois lados, mas a prioridade nunca foi a política. Fui convidado por pessoas que não poderia dizer que não, só que a minha ambição política nunca foi muito grande", assumiu o dirigente, que está na presidência do clube desde 2023, partilhando que eliminar o Estrela foi inesquecível. "Foi a primeira vez que chegámos a esta eliminatória da Taça. Foi vivida com muita paixão e emoção. Eliminar uma equipa da I Liga, quando aos cinco minutos já estávamos a perder por 1-0, foi preciso acreditar muito e ter fé que era possível", recordou, agradecendo "aos jogadores e massa associativa" pelo feito alcançado. Já o treinador, Nuno Barbosa, desvendou a estratégia para abater um rival com maior qualidade.
"O segredo foi a organização e o plano de jogo durante a semana em que os jogadores absorveram muito bem as ideias e conseguiram executar na perfeição. Quando as coisas não estavam a correr da melhor forma, tivemos equilíbrio e calma para continuar a fazer o que tínhamos planeado", destacou, realçando "a capacidade de pressão alta da equipa, que causou dificuldades e desconforto ao Estrela", colocando o adversário "longe da baliza". Com a satisfação de pela primeira vez ter conseguido afastar um clube do principal escalão da Taça, o treinador, de 45 anos, entregou o louro aos jogadores e adeptos, que "vibraram com este feito" e isso poderá "transportar boas sensações para o campeonato", recordando uma anterior vez em que também ficou perto de fazer história nesta prova. "Há 15 anos era adjunto no Mirandela, fomos a penáltis com o Beira-Mar do Leonardo Jardim e perdemos, por causa de duas defesas do Oblak".
Titular nos oito jogos realizados pelo Alpendorada esta época, Simão Melhôr, também foi um dos protagonistas deste triunfo e não viu um adversário com sobranceria. "Não diria que houve relaxamento, mas talvez desvalorização por ser uma equipa de I Liga a jogar contra um adversário da quarta divisão. Se acreditássemos no nosso valor, poderíamos fazer uma surpresa, respeitando a diferença de qualidade e poderio das duas equipas", vincou o defesa, de 23 anos, que na época passada eliminou o Marítimo (II Liga) com as cores do Pevidém. Agora, segue-se o Casa Pia para continuar a fazer história. "O Casa Pia já tem noção que o Alpendorada os pode derrotar. Vamos defrontar outro clube de I Liga, que virá num alerta muito maior e vamos trabalhar muito para sermos competitivos o jogo todo", perspetivou.



