"Portugal, os seus governantes e o povo, tem sido um exemplo para toda a Europa"

Como vê esta situação de pandemia que nos afeta a todos?
- Tenho visto e acompanhado, desde janeiro, com muita preocupação e até medo. Sempre disse que se o surto chegasse à Europa e aos outros continentes, seria uma catástrofe mundial, quase comparada a uma guerra mundial.

Porquê esse sentimento?

- Na Ásia, os países têm experiência em grandes tragédias e catástrofes naturais, como terramotos, tsunamis, surtos de vírus bacteriológicos, e, com isto, aprenderam a ter mais respeito por um inimigo oculto e mortal, como são as infeções por bactérias. No caso das infeções e dos vírus, conseguem prevenir rapidamente e ter disciplina para se cuidar e adotar um tratamento adequado, mesmo quando não existe um antídoto seguro, como na covid-19. Um simples exemplo: os asiáticos usam máscaras numa mera constipação, enquanto os ocidentais, na sua maioria, descuidam-se, vão mais pelo lado estético e até brincam.

Como é que Portugal reagiu a tudo isto?

- Portugal, bem como os seus governantes e o povo, tem sido um exemplo para toda a Europa e outros países de outros continentes. O Governo optou por medidas acertadas, inclusive no desporto, e as pessoas, no geral, têm cumprido a sua parte, com muita disciplina e solidariedade.

Falou nas medidas para o desporto... concordou, obviamente, com a interrupção dos campeonatos?

- O estado de emergência decretado e outras normas imperativas são indispensáveis para manter a segurança. Logo, a interrupção dos campeonatos era fundamental, natural e necessária para a sobrevivência. Nada está acima da saúde. Já passei, no Japão, por três terramotos, um tsunami e outras catástrofes onde milhões de pessoas perderam a vida e os bens. Depois, com disciplina e vontade, o país e o seu povo tudo reconstruíram.

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