Theodoro Fonseca, dono da SAD do Portimonense, diz que não há como dar a volta à situação de irregularidade que levou a Liga a condenar Vitória de Setúbal e Aves
Corpo do artigo
"Não se desculpem com a pandemia. Estávamos todos no mesmo barco, com o mesmo problema, e todos os clubes cumpriram os prazos da entrega dos pressupostos, menos Aves e Setúbal. O prazo é como uma inscrição e quem não o cumpre tem de arcar com as consequências, que, no caso, acarreta a desclassificação, como decidiu a Liga", sublinha Theodoro Fonseca, acionista maioritário da SAD do Portimonense.
"Não há como dar a volta. Os regulamentos são claros, os prazos e as leis também e não pode haver solidariedade com incumprimentos", prosseguiu Theodoro Fonseca, falando a O JOGO, comentando os recursos de V. Setúbal e Aves, que contestaram, certamente, a decisão da Liga, que os desclassificou devido às irregularidades que são do conhecimento geral. O Portimonense, como se sabe, foi convidado - e aceitou - ocupar o lugar dos sadinos na I Liga.
"Somos um clube centenário. A SAD tem cinco anos e sempre cumpriu com todos os requisitos, respeitando valores morais e éticos e investindo em estruturas para projetar o futuro", prosseguiu o dono da SAD dos algarvios, sublinhando o facto de apenas dois clubes, entre a elite profissional, não ter entregue a documentação exigida. "Se todos os outros o fizeram a tempo, repito, o incumprimento tem de ser punido, e, por isso, Aves e Setúbal foram despromovidos".
12493917
Garantindo que a administração do Portimonense está atenta a todas as jogadas de bastidores, Theodoro Fonseca destaca o exemplo dado pela Liga no julgamento deste assunto. "A decisão da Liga é certíssima e passa a imagem de seriedade e coragem comprovadas na retoma do campeonato até ao final da época. A Liga foi criticada em certos momentos, inclusive por mim, na questão do uso ou não dos estádios próprios de cada clube, mas hoje reconheço que foi feito um trabalho fantástico, juntamente com a Federação e DGS, que proporcionou a utilização dos nossos estádios em pé de igualdade praticamente para todos os clubes", vinca o empresário, elogiando o trabalho de Pedro Proença e Fernando Gomes e de todos quantos os têm acompanhado neste "período algo conturbado", em que a "credibilidade é fundamental".
Theodoro Fonseca trouxe à colação o exemplo dos clubes da II Liga, que, mesmo estando há vários meses sem competir, não deixaram de cumprir com as suas obrigações. Determinado a vincar a diferença entre quem cumpre e quem é infrator, o acionista principal da SAD voltou a defender aquilo que rotula como um exemplo de justiça. "O Portimonense está na I Liga não apenas por ser o terceiro ano consecutivo o melhor relvado do país, mas sim por cumprir com todas as obrigações, deveres e demais requisitos".