Advogado assina texto em conjunto com Jaime Mourão Ferreira, Nuno Wahnon Martins, Philippe Mendonça, Rodrigo Roquette e Samuel Almeida
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Miguel Poiares Maduro foi uma voz ativa durante o processo da realização da Assembleia Geral de 23 de junho, tendo conferido apoio jurídico à Mesa da AG, mas demarcou-se depois do processo eleitoral.
O advogado pronuncia-se agora sobre as eleições lançando um apelo no sentido de reduzir as candidaturas. ""Decidimos fazer um apelo no sentido da convergência entre diferentes candidaturas no atual momento do Sporting. Este é o apelo, aberto à subscrição e apoio de outros sportinguistas", lembra num texto deixado no Facebook e assinado por Jaime Mourão Ferreira, Nuno Wahnon Martins, Philippe Mendonça, Rodrigo Roquette e Samuel Almeida.
O antigo Ministro não pede "consensos artificiais", assim como defende a existência de várias ideias. Porém, teme que se acentue o clima de divisão que pode prolongar-se além das eleições. "Torna-se incompreensível para os subscritores deste manifesto, e cremos que para uma parte substancial da massa associativa, a multiplicação de candidaturas, e a fragmentação consequente, correndo o risco de agravar o clima de divisão que grassa no clube e tornar permanentes fraturas sociais ou geracionais. Tal circunstância produzirá um resultado eleitoral incapaz de legitimar de forma inequívoca os próximos órgãos sociais, algo que entendemos ser fundamental face aos desafios que o clube enfrenta."
Lembrando que não apoia qualquer candidatura, Poiares Maduro deixa assim duas hipóteses no ar para que se realiza este apelo, lembrando ainda que é preciso saber a decisão sobre os processos disciplinares em curso. "Mesmo que a Comissão de Fiscalização, no uso pleno das suas competências, venha a proferir em breve as suas decisões, estas estão sujeitas a recurso perante a Assembleia Geral. Hipoteticamente, poderia até vir a acontecer que, após as eleições, o anterior Presidente conseguisse reverter essa sanção disciplinar numa Assembleia Geral, colocando assim em causa a legitimidade política (embora não legal) dos órgãos entretanto eleitos. (...) Neste cenário tão complexo, ocorrem-nos duas alternativas aptas a oferecer o espaço e tempo necessários à solução de convergência que defendemos e, ao mesmo tempo, garantir que o resultado eleitoral não será politicamente contaminado pela incerteza decorrente do processo disciplinar em curso relativo aos anteriores membros do CD. (...) Uma primeira hipótese apostaria na procura de uma convergência ainda dentro do atual calendário eleitoral; (...) Uma segunda hipótese seria o adiamento das eleições, usufruindo, por exemplo, do prazo máximo de seis meses em que pode funcionar a Comissão de Gestão. Tal período ofereceria uma janela temporal suficiente para, pelo menos algumas das diferentes candidaturas atuais, poderem conseguir uma convergência. Seria também suficiente para clarificar a situação disciplinar dos membros do anterior CD. Ainda que nos pareça estatutariamente possível, salvaguardadas certas condições, entendemos que a viabilidade política desta solução exige o acordo de uma maioria dos atuais candidatos às eleições. Obriga também à disponibilidade dos membros da Comissão de Gestão para permanecerem em funções mais alguns meses."
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