Pinto da Costa: "Sinceramente, eu acho que já não há secretário de Estado do Desporto"
Presidente do FC Porto volta a visar o Governo a propósito da ausência de público nos estádios e ataca João Paulo Rebelo.
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Jorge Nuno Pinto da Costa voltou a lançar duras críticas na direção do Governo - colocando, nomeadamente, o secretário de Estado do Desporto na mira - a propósito da ausência de público nos estádios de futebol.
Em declarações ao Porto Canal, nas quais fez um balanço de 2020, o presidente do FC Porto disse mesmo que tem a sensação "que já não existe secretário de Estado do Desporto", endereçando alfinetadas a João Paulo Rebelo.
"Sinceramente, eu julgo que já não há secretário de Estado do Desporto. Estou convencido disso, não me lembro de o ver, houve uma final da Supertaça onde estavam os dois maiores clubes portugueses, onde sempre estiveram governantes no futebol. Na final da Taça estavam o Presidente da República, o primeiro-ministro, o ministro da Educação, o secretário de Estado... Estava toda a gente. Agora não esteve ninguém. Ou então estão fartos de ver o FC Porto ganhar e já não vão... Sei que o senhor primeiro-ministro estava em quarentena, mas o senhor ministro da Educação e o senhor secretário de Estado sei que não estavam. Para mim, já assumiram que o futebol para eles não conta. Para mim, e para nós, eles também não contam para nada", atirou Pinto da Costa, falando dos efeitos da pandemia - que nomeia como "facto marcante de 2020" -, como um "desastre para quase todas as atividades":
"Está a ser um desastre para quase todas as atividades. Está a ser um desastre, nomeadamente para o futebol, pela insensibilidade dos governantes na forma como tratam o futebol em si. Não haver público nos estádios ao fim deste tempo todo, quando se permite público em recintos fechados, como no Pavilhão Super Bock Rosa Mota no Porto, em que os espetáculos têm 40 por cento da lotação; enquanto se veem anúncios de comícios políticos em recintos fechados, é incompreensível para mim que, num recinto aberto, como são os estádios, não seja permitida a presença de qualquer pessoa, a não ser oito elementos de cada clube. Acho isto realmente inexplicável, está a causar um prejuízo enorme e tremendo aos clubes. Ao FC Porto, por exemplo, já está estimado em 29 milhões de euros. É realmente de uma insensibilidade e insensatez incríveis. (...) Fecharam novamente os estádios. Então para que foi o teste? Só tem uma explicação: estavam à espera que houvesse problemas para poderem justificar a atitude que tinham tomado. Correu bem, fecha-se na mesma sem explicação. É muito negativo para o desporto, para o futebol em particular, os clubes estão a sofrer e ainda vão sofrer mais. A UEFA permite 30 por cento de lotação nos jogos sob a sua tutela. Foi assim contra o Olympiacos, correu bem, foi reconhecido por todos. Nos jogos a seguir, já não pudemos ter público. Só queria entender, mas não consigo", acrescentou Pinto da Costa.
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