Pinto da Costa reflete sobre a paragem das provas na formação e faz apelo à Federação
Presidente do FC Porto considera prejudicial para "os jovens" a paragem das competições de formação devido à pandemia. Pinto da Costa pede "medidas concretas" à Federação Portuguesa de Futebol.
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Falta de tomada de posição de outros clubes retira força à possibilidade de regresso dos adeptos? "Retira força, é evidente, não tem explicação. Há espetáculos todas as semanas em pavilhões fechados, há comícios, está anunciado um para o Coliseu no início de janeiro. Depois de virem dizer que não houve problemas, para mim só tem uma explicação: há má vontade. Querem mostrar que no futebol é que são zelosos. Vimos as praias cheias e depois veio a segunda vaga. O exemplo dos governantes foi ir para a praia. Uns a tirarem selfies, outros a passearem no meio da multidão. Isso é mais perigoso do que estarem a cinco metros umas das outras num estádio aberto. Só quem não quiser ver é que não vê. Naturalmente que mostra que o Governo tem a autoridade de não permitir jogos à porta fechada, é uma autoridade fantástica, que eu acho uma estupidez."
Pedido à Federação Portuguesa de Futebol: "Os jogadores sentem a falta de público, o espetáculo é diferente. O futebol é uma festa e a festa do futebol deixou de existir. Não é só no FC Porto, é em todos os sítios: em Guimarães, a claque uniu-se e fez uma espera de apoio à equipa no Toural. É mais perigoso estar a claque toda a junta, às vezes até sem máscaras, do que estarem espaçados dentro do estádio. Como disse, e bem, como o secretário de Estado do Desporto está desaparecido em combate, não temos com quem falar sobre o assunto. A Liga tem-se esforçado, mas também não lhe prestam muita atenção. Acho que a Federação Portuguesa de Futebol devia tomar medidas concretas e de força, dentro do razoável, em defesa dos clubes. Estão a matar o futebol."
Formação parada: "As crianças deixam de ter interesse em ir treinar porque não as deixam jogar. Quando um miúdo vai treinar e sabe que não vai praticar, desmotiva. Eu pergunto: em que condições ficam esses jovens? Para onde vão nesse tempo? Então não é inconcebível que não possa haver gente num pavilhão de andebol ou hóquei para ver um jogo, mas se for um humorista ou um cantor já pode? O Presidente e o primeiro-ministro foram a um espetáculo de um humorista. Coisas incompreensíveis. Deve ser uma estratégia dos inteligentes que orientam os diversos políticos à caça dos votos. E se calhar acham que estar contra o futebol dá votos. Eu acho que não".