Pinto da Costa manifesta tristeza por ver Portugal "a afundar-se" e aponta o dedo ao Presidente da República. "Governantes juraram falso", acusa.
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Assumindo que continuará a esgrimir argumentos contra o centralismo e a favor da regionalização "com toda a convicção", Pinto da Costa não esconde a tristeza pelo estado atual do País e aponta o dedo aos governantes, responsabilizando, acima de todos, "o Presidente da República".
"[O centralismo] piorou, é cada vez mais escandaloso. A minha luta não é do Norte, é do país contra o centralismo de Lisboa. Está cada vez pior", reiterou o dirigente máximo dos dragões em entrevista ao canal "Super Sport". "Acho que todos os nossos governantes juraram falso, a começar pelo nosso Presidente da República. Quando tomam posse, juram cumprir a Constituição, que diz que tem de haver regionalização. E eles são os maiores opositores a que ela se faça ou discuta, a começar pelo Presidente da República. Se hoje a regionalização está fechada à chave na gaveta, o grande responsável é o Presidente", atirou Pinto da Costa.
O líder portista considerou que o País "ainda não bateu no fundo" e lamentou que haja cada vez mais pessoas "a viver com tantas dificuldades". "Já tive mais esperança em Portugal. O País está tão mal, cheio de impostos, a saúde está pior, há falta de habitação... Quando bater no fundo, há de aparecer alguém que veja que quem pode defender as causas dos seus habitantes são as regiões, porque conhecem os problemas e as dificuldades. Um senhor num gabinete em Lisboa não pode decidir o que quer que seja de Bragança ou Vila Real", exemplificou Pinto da Costa, apontando Ribau Esteves, autarca de Aveiro, como uma das "poucas vozes que não se cala e defende a causa" da regionalização. O presidente dos azuis e brancos lembrou, ainda, que contribui "com o que pode" para a instituição de apoio aos sem-abrigo do Porto e que há casos de "pessoas que já viveram bem e, hoje em dia, só almoçam porque a instituição serve almoços gratuitos".
No seguimento da temática social, Pinto da Costa explicou que foi "convidado para vários cargos políticos", que recusou porque, além de não querer misturar as águas, "achava que se saísse do FC Porto não era bom para o clube e não havia quem estivesse disponível para assumir o lugar." Ainda assim, explicou que só um papel o motivaria a enveredar por esse caminho. "O único cargo que poderia motivar-me era na Câmara do Porto, como presidente ou vereador, porque há muito por fazer no Porto", concluiu.
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