Presidente do FC Porto, em mais um episódio da série "Ironias do Destino", recordou a ida de Jardel para o Sporting, em 2001/02, quando poderia ter regressado ao emblema azul e branco, após uma época no Galatasaray.
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Conquista da Taça de Portugal e Fernando Santos sai: "A saída já estava programada. Ao fim de três anos tínhamos decidido pela não continuação do Fernando Santos. Ele já tinha outros projetos, que felizmente lhe deram grande sucesso. Foi campeão na Grécia e todos conhecem a sua carreia de êxito após isso. Foi absolutamente pacífico. Saiu com um vitória bonita, vencemos o Marítimo por 2-0 no final da Taça, com golos do Pena e do Alenitchev. Fiquei muito satisfeito por ter sido com o Marítimo, um clube da Madeira, terra da qual gosto muito e onde tenho muitos amigos."
Otávio Machado: "Conhecia-o bem como jogador e depois como adjunto, foi talvez dos melhores adjuntos que o FC Porto teve, no tempo do Artur Jorge. Convidei-o, ele aceitou, as coisas não correram muito bem, é assim a vida dos treinadores, mas foi uma pessoa que marcou no FC Porto a sua passagem corretamente."
Jardel não regressou, foi condição de Octávio Machado? "Não era condição nem estava previsto. Simplesmente aconteceu que o Jardel ficou livre inesperadamente, podia ir para onde quisesse e mostrou vontade de vir para o FC Porto. Dissemos que sim, foi até o Reinaldo que o foi buscar ao aeroporto. Saiu de lá já com o cachecol do FC Porto, durante a tarde arranjou casa, comprou até um apartamento no Porto e depois estava tudo para se consumar no dia seguinte. À noite, eu e o Reinaldo Teles fomos ao hotel Tivoli, onde a equipa estava e dissemos ao Octávio e ao adjunto, o professor Rodrigues Dias, que havia a possibilidade de o Jardel vir e eles acharam que não queriam. Lembro-me de dizerem que tinham a equipa montada para jogar em 4x4x2 e o Jardel não cabia nesse esquema. Sobretudo, foi influência do professor, entendeu que não. É evidente que contratar um jogador que os técnicos não querem não fazia sentido. Tivemos uma conversa com o Jardel, explicámos e ele ficou livre. Infelizmente foi para o Sporting e foi decisivo na conquista do título nesse ano. É assim, os treinadores às vezes também se enganam."
Decisões por acordo: "Impor decisões? Não, tem de haver um acordo, o treinador tem de ter autonomia, eu não vou contratar um jogador, que não era barato, quando o treinador me diz que tem a equipa montada e que o Jardel, no esquema que tem, não cabe... Foi pena. Perdemos o Jardel, ganhou o Sporting, à custa da dupla de atacantes que tinha, o Jardel e o João Vieira Pinto."