Pinto da Costa já havia anunciado a intenção de que Sérgio Conceição fosse treinador enquanto ele é presidente. Por isso vai haver conversa, mas só no final da época, diz em entrevista a O JOGO.
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Disse que, se depender de si, o Sérgio Conceição é o treinador do FC Porto até ao final do mandato. Já falou com ele sobre isso?
-Não, não falei. O treinador, neste momento, está concentradíssimo nesta fase final de campeonato e tem contrato por mais um ano. Não vou pôr-lhe um problema desses.
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Mas é sua intenção propor-lhe a renovação de contrato no final desta temporada?
-É evidente. Se quero que ele continue o mais tempo possível... Mas não sou a NOS, com catorze meses de contrato.
Declarações no final da Taça da Liga não foram problema. Técnico vai ter proposta de renovação
Aquela questão da final da Taça da Liga, em que umas declarações do Sérgio teriam provocado desconforto na administração... Está tudo esclarecido entre si e ele?
-Entre mim e ele nunca foi preciso esclarecer nada, nem eu com ele, nem ele comigo.
Um dos jornais que o presidente lê noticiou na altura o tal desconforto que a situação teria provocado na administração...
-Nunca senti. Ninguém da administração me falou do assunto, nem eu falei com alguém sobre isso. Comentei com o Sérgio, mas até foi na brincadeira, por causa dos ratos. Brincávamos com aquilo. De resto, não me fez perder um minuto de conversa com quem quer que fosse.
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Falou de emails e outros processos e associou isso à perda de algum domínio desportivo. Mas isso não implica também que o FC Porto tenha tido alguma falta de capacidade de intervir nessa matéria?
-O FC Porto tem feito tudo o que pode fazer, inclusive na justiça. Continuamos a fazer. Mas até já houve juízes irradiados pela própria magistratura e não foi por beneficiarem o FC Porto. Nem eram adeptos do FC Porto. Há coisas contra as quais é difícil lutar, contra o poder instalado e instituído. Este ano, o FC Porto contratou Marchesín, Uribe, Díaz, Nakajima do Japão e Zé Luís, todos de seleção. Isto é descuidar a equipa? Depois vêm com fantasmas do Herrera, é bonito de se dizer: não se podem deixar sair jogadores a custo zero. Mas no ano do Nuno, depois de ceder canto para o empate do Benfica e a seguir se alhear dele, diziam que não podia jogar. Nessa altura não apareceu ninguém para o querer. Depois quisemos renovar. Nunca saiu dos 3 milhões limpos, que custavam ao FC Porto 6,2 milhões. Acha possível em Portugal? O presidente do Benfica referiu-se ao David Luiz como impossível e ganha menos do que isso.
Mas até aqui isso não acontecia no FC Porto...
-Pois não. Sabe porquê? Porque não havia clubes que pagassem 6 e 7 milhões de ordenado a um jogador. Se não tivesse aparecido um Atlético de Madrid, que paga por exemplo 7 milhões ao João Félix, não acontecia. Como o Benfica o podia segurar? Não foi só pelo dinheiro, mas porque era impossível segurá-lo.
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Esta época o FC Porto gastou bastante. Essas saídas a custo zero não tornam esse investimento mais duvidoso?
-Não. O FC Porto investe e faz contratos de 4/5 anos e esse valor esvai-se e há a possibilidade de se renovar. E se, ao fim de 5 anos, o jogador sair, também teve contributo desportivo e entretanto podem aparecer compradores.
Não tem faltado ao FC Porto o ataque aos jogadores a custo zero ou a um preço acessível, de dois ou três milhões de euros?
De dois milhões infelizmente não há muitos e normalmente não têm valor suficiente para entrar na equipa. Nós estamos em primeiro lugar contra outros clubes que também vão ao mercado e atualmente têm mas possibilidades.
Definiu algum teto salarial ou cada caso é caso?
-Caso por caso, sem grandes disparidades. Nem que pudesse dar 6 milhões ao Herrera, não podia dar seis a ele e outros de valor igual ou melhor ganharem metade. Para o equilíbrio da equipa não pode haver situações dessas.
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