José Peseiro, que em 2012/13 levou os guerreiros aos grupos da Champions, projeta a ambição minhota para a Liga que arranca na sexta-feira. Na véspera da receção ao Famalicão, jogo que abre a 90.ª edição da I Liga, o selecionador da Nigéria diz que o clube liderado por "um grande presidente" tem capacidade para atingir meta ambiciosa.
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Depois de ter iniciado a época oficialmente com um triunfo expressivo sobre o Backa Topola, por 3-0, para a primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, o Braga começa amanhã, na receção ao Famalicão, a tentativa de fazer melhor do que na edição anterior do campeonato, em que foi terceiro.
"O Braga não é favorito, mas é um dos candidatos ao título", considera José Peseiro, que em 2012/13 conduziu a equipa minhota, pela segunda vez, à fase de grupos da Liga dos Campeões, e que voltou ao comando técnico dos bracarenses em 2015/16.
"Não é fácil o Braga ser campeão. Não pela qualidade da equipa, mas por outras coisas, como a massa associativa, que não tem a mesma dimensão da de FC Porto, Benfica e Sporting. Não digo que não possa acontecer, mas é mais difícil. O Boavista também já foi campeão, e conseguiu sê-lo num quadro destes, sem o mesmo investimento dos três grandes", acrescenta.
O selecionador da Nigéria reforça, ainda assim, que o Braga "é candidato." "Se vai ser já este ano, o futuro o dirá. Tem condições e capacidade para concretizar esse objetivo, mas favoritos são Benfica, FC Porto e Sporting", sublinha. José Peseiro aponta outro detalhe importante para que os minhotos concretizem o sonho que já esteve perto de ser atingido com Domingos Paciência. "Tem de se esperar sempre que as coisas não corram muito bem aos três crónicos candidatos, mas, na época passada, por exemplo, ficou em terceiro lugar, à frente do Sporting. O Braga tem uma grande estrutura, um grande presidente, um bom treinador e um orçamento que não tem nada a ver com os anteriores, que eram mais baixos", aponta, lembrando que "para ter os jogadores que tem, aumentou o orçamento." "Ainda está distante dos três grandes, mas é um orçamento forte. Para se ter um Pizzi, um Ricardo Horta e outros bons jogadores, que podiam jogar em qualquer grande e estão no Braga, é preciso ter condições financeiras e estabilidade", salienta.
José Peseiro elogia também "o trabalho feito pelo scouting, na Academia e o investimento, extremamente importante, que faz no futebol da formação." Outro ponto com influência, concluiu, "é conseguir resistir a algumas vendas e, mesmo quando não resiste, depois consegue ir buscar jogadores com qualidade, e tem muitos".
Parte emocional bem trabalhada
José Peseiro defende que o Braga provou que "tem melhor equipa do que o Backa Topola", mas, ressalva, "foi importante encarar a primeira mão sem facilitismo." "Foi preponderante ter uma postura muito profissional, responsável, uma equipa bem construída", aponta. "Num jogo tudo pode acontecer e o Braga quis ser determinante, controlador e a preparação do jogo, a nível emocional, foi bem trabalhada. Muitas vezes as equipas entram sem concentração, sem a máxima determinação, e, facilitando, acrescentam moral e confiança ao adversário. O Braga não o deixou sair a jogar nos primeiros minutos e fez tudo bem. Marcou cedo e nunca deixou de ter o jogo controlado", elogia.