Perda de confiança dita bloqueio ofensivo do Benfica: "É tudo ao monte e fé em Deus"
Manuel José considera que o emblema da Luz está a jogar de "forma errada" há muitos jogos, enquanto os dragões têm aumentado a "capacidade de superação", movidos pela convicção de alcançarem o título.
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Em queda livre nos últimos jogos, mesmo antes da suspensão do campeonato, o Benfica atravessa uma série negativa com reflexo na defesa, mas igualmente no ataque.
Nos últimos 10 jogos, o Benfica marcou 12 golos, nove dos quais por dois jogadores, por oposição ao FC Porto, que faturou mais, e com tentos repartidos por mais atletas
Com 12 golos marcados nos últimos 10 desafios, o bloqueio ofensivo mostra que há dependência de alguns atletas, pois Pizzi tem metade dos tentos marcados, seguindo-se Vinícius (ver quadro mais abaixo). Ao invés, o FC Porto tem uma distribuição de remates certeiros por nove jogadores.
No entender de Manuel José, isto reflete o "rendimento baixo" do Benfica. "A explicação é a forma de jogar do Benfica e o nível exibicional péssimo que se reflete na ausência de golos", diz a O JOGO. Para o experiente treinador, "a perda de confiança é uma constante" nas águias, enquanto no FC Porto, "a convicção de que podem ser campeões cria motivação e capacidade de superação enormes".
Nos bancos há também diferenças que Manuel José aponta. "O FC Porto altera a forma de jogar quando é necessário para ganhar os jogos e o Benfica joga sempre da mesma maneira. Uma equipa que quer ser campeã não joga em transição ofensiva ou contra-ataque, que é a forma de jogar do Benfica. Joga com um ponta de lança e um avançado de apoio contra equipas com densidade defensiva e 11 jogadores atrás da linha da bola. A 10 minutos do fim, o treinador faz sempre duas substituições, com dois pontas de lança; é tudo ao monte e fé em Deus. Não há inteligência nenhuma para se servir os pontas de lança", analisa. Manuel José explica que o ponta de lança das águias "parece uma ilha rodeada de jogadores por todos os lados".
"Quando não se muda de sistema, muda-se de treinador", avisa, Manuel José, que que terminou a ligação às águias depois de um desaire fora de portas com o Rio Ave, em 1997. "Este jogo tem esse risco. Está em causa o título e a continuidade do treinador", analisa.