Extremos têm estilos diferentes, mas um rendimento similar no lado esquerdo do ataque, dando a Conceição a hipótese de escolher o melhor veneno para aniquilar o adversário.
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Nenhuma posição tem sido tão discutida no FC Porto como a do lado esquerdo do ataque.
Sérgio Conceição tem alternado entre Pepê e Galeno e a produção de ambos esta época só tem servido para alimentar o debate, com o primeiro a apresentar dois golos e quatro assistências no desempenho destas funções - a outra entrega foi como lateral-direito - e o segundo cinco remates certeiros e duas ofertas.
Só por aqui se percebe a diferença de estilos entre ambos, mas é quando se mergulha numa análise mais profunda ao desempenho de cada um [ver infografia] que ela se torna mais cristalina, oferecendo ao treinador portista a possibilidade de escolher o veneno que mais lhe convém para aniquilar os adversários.
Como se percebe pela quantidade de ações por jogo, Pepê é um jogador mais participativo, surgindo muitas vezes entrelinhas para receber e tentar solicitar os companheiros. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Paços de Ferreira, quando serviu Taremi para o 1-0, uma das duas assistências que lhe foram atribuídas e que lhe permitiram igualar já o registo (cinco) de toda a época passada. Além disso, destaca-se do compatriota no plano defensivo, recuperando muito mais vezes a bola e a uma taxa bem elevada no meio-campo adversário.
No capítulo da finalização, porém, é Galeno quem sobressai mais, não só pelo número de golos que já fez, mas também pela quantidade de tentativas que realiza por jogo. O ex-Braga pisa habitualmente terrenos mais próximos da linha e a verticalidade leva a que arrisque muito mais vezes o drible, o cruzamento e a entrada na área. Quando o consegue, por norma é para rematar, enquanto que Pepê procura outra solução primeiro, mesmo estando em boa posição para finalizar - a assistência para Evanilson (3-0) com os pacenses é o melhor exemplo disso.