"Nenhum jogo começará após as 20h45, nos dias úteis", referiu o presidente da Liga. Falou ainda sobre os principais objetivos para novo e último mandato.
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Pedro Proença tomou esta terça-feira posse para novo mandato, o terceiro e último, à frente da Liga, num momento que considerou "especial". "O dia em que os órgãos sociais da Liga Portugal, que orgulhosamente encabeço, tomam posse para um mandato que, estou seguro, constituirá um marco na história do futebol português", referiu no futuro auditório da Liga, na nova sede ainda em construção.
"Estou certo de que não havia, pois, local mais adequado para assinalar este momento tão importante do que o espaço que simboliza, melhor do que qualquer outro, o futuro do futebol profissional. O local onde está a crescer, a crescer em ritmo acelerado e sem derrapagens orçamentais. A Arena Liga Portugal. Esta que será, muito em breve, a nova casa do futebol profissional. Um espaço verdadeiramente digno do que é hoje a Liga Portugal. Uma instituição modernizada e altamente profissional. Uma instituição sólida e credível. Uma instituição que representa e lidera uma indústria que contribui com mais de 617 milhões de euros para o Produto Interno Bruto; com mais de 214 milhões de euros em impostos; e que gera cerca de 3600 postos de trabalho. Uma instituição sem medo de ser ambiciosa. Uma instituição verdadeiramente virada, e preparada, para o futuro", enalteceu.
Proença falou sobre o futuro. "Os próximos quatro anos serão, ninguém tem dúvidas disso, muito desafiantes para o futebol profissional. Durante o próximo quadriénio seremos, todos, chamados a discutir e a definir matérias absolutamente vitais para o futuro desta indústria. Um futuro que queremos pujante. Um futuro que queremos brilhante. Um futuro que eleve o futebol profissional português ao patamar onde ele merece chegar. O momento que enfrentamos é, pois, definidor. Definidor daquilo que somos e definidor daquilo que queremos ser. E juntos encaramo-lo de frente, com ambição, entusiasmo e união. Porque, estou absolutamente seguro disso, juntos construiremos história. O primeiro passo para o sucesso que todos ambicionamos é sermos capazes de antecipar aquilo que os próximos anos nos reservam", afirmou, elencando "sete grandes desafios". "O adepto como eixo central do espetáculo desportivo; a valorização e capacitação dos agentes desportivos; a valorização das competições profissionais; a Liga Portugal como agente central de crescimento do futebol profissional em Portugal; a internacionalização da marca Liga Portugal; a centralização dos direitos audiovisuais e a diminuição dos custos de contexto do Futebol Profissional".
Proença deu depois destaque às "prioridades nos próximos quatro anos". "A primeira, absolutamente crítica e desafiadora, é tornar o adepto no eixo central de todas as nossas decisões. Porque os adeptos são, verdadeiramente, a alma do futebol profissional. É para eles que trabalhamos. E temos, é obrigatório, de ir ao encontro daquelas que são as suas expectativas. A nossa atividade concorre, hoje, de forma direta, com inúmeras ofertas de uma indústria de entretenimento em constante evolução, com fatores de atratividade que nos obrigam a permanentes adaptações. O adepto não é, hoje, para a Liga Portugal, uma entidade desconhecida. Trabalhamos sobre dados e atuamos em função dos caminhos que estes nos apontam, para garantir que nos colocamos no plano certo para captar público e audiências. Insistiremos nesta estratégia, seguros do que queremos e de que possuímos o know-how certo para garantir este desígnio. Uma das nossas metas continuará a ser promover
o regresso das famílias aos estádios. Não vamos, é uma garantia que vos deixo, abdicar desse objetivo", assegurou.
Pedro Proença anunciou que, "em 2023/24, nenhum jogo começará após as 20h45, nos dias úteis" e continuou: "Baixaremos substancialmente o valor máximo dos ingressos, uma redução que pode atingir os 50%. São apenas duas das medidas num plano de ação extenso, mas que mostram bem o empenho com que estamos a encarar este tema."
Como segunda prioridade, garantiu: "Seremos intransigentes na nossa luta para erradicar todos os comportamentos violentos dos recintos desportivos. E continuaremos a pugnar por uma justiça desportiva célere, eficaz e consequente, de que é, hoje, exemplo a Comissão de Instrutores da Liga Portugal, totalmente profissionalizada desde o início da época que agora se encerra, e verdadeiramente capaz de responder de forma efetiva àquelas que são as exigências do futebol profissional. Posso anunciar hoje, que este plano permitiu a diminuição do prazo médio de instrução dos processos disciplinares de 88 dias, no início da época 2022/23, para 24 dias no seu final. Um resultado de que muito nos orgulhamos."
O presidente da Liga referiu ainda ser "vital que recuperemos o sexto lugar do ranking europeu." "Trata-se de um objetivo fundamental para a sustentabilidade do futebol profissional português. Por isso não baixaremos os braços enquanto não nos forem concedidas todas as condições para que possamos competir em plano de igualdade com aqueles que são os nossos concorrentes a nível internacional. Garantir para o futebol profissional um enquadramento fiscal mais justo e competitivo será uma das grandes apostas deste mandato. Porque é essencial para a sustentabilidade dos clubes. E porque é uma questão de justiça", justificou.
Não esquece igualmente a "antecâmara da centralização dos direitos audiovisuais", "um processo de importância vital para o futuro. "Estamos a preparar uma revisão geral dos regulamentos da Liga Portugal, na qual incluiremos um novo Regulamento Audiovisual e de um Regulamento de Controlo Económico. Para que as receitas provenientes desta nova realidade sejam canalizadas para impulsionar os verdadeiros fatores de competitividade das nossas equipas. De forma regulada, controlada e monitorizada", revelou.
Lembrando a "Liga Portugal como a primeira organização desportiva a ser certificada com a Norma Anticorrupção", Proença detalhou ainda que no próximo quadriénio irá "elevar ainda mais os padrões de exigência e transparência, pugnando por maior profissionalismo, na Liga e nas Sociedades Desportivas."
"Não descuraremos o crescimento do futebol feminino, continuando disponíveis para contribuir para a sua evolução sustentada, rumo à profissionalização, uma realidade que todos sabemos inevitável", prosseguiu.
"Neste quadriénio, um dos nossos principais objetivos será o de reformular os Estatutos da Liga Portugal e neles incluir o tema da limitação de mandatos. Porque nenhum poder, por mais escrutinado, bem-sucedido ou elogiado que seja, se deve eternizar. Temos, pois, quatro anos para acabar o que começámos. E é isso que faremos. Deixando como legado: uma Liga, profissionalizada e organizada. Uma Liga, com um modelo de direitos audiovisuais centralizado economicamente robusto, em que todos saiam a ganhar. Uma Liga, sustentável e composta por Sociedades Desportivas robustas e competitivas. Uma Liga, mais credível e respeitada. Uma Liga, que consiga competir com as maiores ligas europeias. Uma Liga, que nos orgulhe", rematou.
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