No Rio Ave, Ederson fazia remates de cerca de 100 metros, com o incentivo do técnico Rui Barbosa.
Corpo do artigo
O pé esquerdo de Ederson, preciso e potente, revelou-se um tormento para a defesa do Bayern - foi no limite que Alaba, por exemplo, evitou que Mitroglou ficasse na cara do guarda-redes Neuer. Após o jogo de Munique, o técnico Pep Guardiola apontou: "Ederson fez muitos passes longos e tivemos de defender muito atrás, causando-nos alguns problemas na segunda parte." Embora, aos 16 anos, tenha chegado ao Benfica com essa qualidade inata, foi no Rio Ave, antes de voltar à Luz, que Ederson se afinou taticamente. "Aquele pontapé é qualidade técnica. Quando lhe dizia para meter a bola com força, chegava a fazê-la ir da sua baliza até passar a barra da outra [cerca de cem metros], com vento a favor. Na preparação de jogos contra alguns adversários, insistíamos nesse trabalho durante a semana. E até tínhamos um lance de saída em pontapé de baliza, onde não há fora de jogo, em que a bola era batida para um jogador que aparecia nas costas da defesa. Várias vezes criámos perigo com essa situação", conta, a O JOGO, Rui Barbosa, treinador de guarda-redes do Rio Ave.
Os passes longos desde a baliza foram importantes em Vila do Conde, mas Rui Barbosa admite que no Benfica têm outro peso. "Podem não ser uma mais-valia tão importante num clube grande devido ao seu estilo de jogo. No entanto, é mais uma arma que se pode usada como recurso", refere o técnico, lembrando que, no Benfica, "Ederson até tem mais tempo e espaço" para fazer os passes.