No desconfinamento o avançado luso-cabo-verdiano afinou a mira e de gatilho fácil já pulverizou os seus números de antes da chegada da pandemia. É o menino de ouro dos leões e já não sai por tuta e meia.
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O regresso da competição, após a paragem forçada pela pandemia de covid-19, trouxe um Jovane renovado, com números incomparavelmente superiores aos que registava antes da pausa e que já lhe valeram mesmo o prémio de Melhor Jogador do mês de junho da Liga.
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Naturalmente, o que mais salta à vista é o desempenho no capítulo da finalização, pois o luso-cabo-verdiano voltou de gatilho fácil, muito mais rematador e eficaz e, como tal, decisivo e imprescindível neste Sporting de Rúben Amorim.
Antes da paragem, Jovane, em 12 partidas disputadas época, tinha rematado apenas 25 vezes e apontado um golo... de grande penalidade. Ia com uma média de dois remates por jogo e um protagonismo residual na equipa, afundando-se com o mau momento que os leões viveram e que levaram a trocas constantes no banco. Ora, no pós-pandemia e com Rúben Amorim (entrou ainda contra o Aves, na estreia do técnico antes da paragem, mas para fazer o corredor direito em substituição de Ristovski), Jovane leva seis jogos e os mesmos remates que no dobro dos jogos realizados antes. A média de remates por jogo duplicou e, mais relevante, marcou cinco golos: portanto, a eficácia disparou: passou de 4 para 20 por cento.
Cotação: SAD queria 15 milhões de euros, valor agora baixo para o rendimento
O extremo só ficou em branco contra o V. Guimarães (onde fez uma assistência) e contra o Moreirense, mas no novo sistema de jogo leonino, integrado no trio de ataque numa posição mais central, embora descaído para um dos flancos, tem mais liberdade para aparecer na área. Jovane desequilibra nas transições e com espaço entrelinhas, deixando assim para os laterais as idas à linha de fundo. Com Sporar em jejum há quatro jogos (bisou logo no jogo da retoma, ao V. Guimarães, e depois só ao Tondela de penálti, com "autorização" de Jovane), tem sido o jogador formado na Academia a fazer de abono de família dos leões.
Depois de ter estado no mercado por 15 M€, as exibições do último mês inflacionaram o seu passe e nesta altura a SAD não coloca sequer um preço a Jovane, cuja cláusula de rescisão é de 60 M€. Enquanto sonha com a primeira chamada à Seleção Nacional, outro factor de valorização, vai sendo seguido lá fora.
Garantiu seis dos 17 pontos do Sporting no pós-covid
Os golos de Jovane já valeram ao Sporting seis pontos dos 17 obtidos desde o regresso da I liga, mesmo tendo falhado uma partida por lesão. Os golos do 77 valeram dois pontos extra contra Paços de Ferreira (um golo no 1-0), Belenenses (bis no 3-1) e Santa Clara (1-0), sendo que apenas o apontado ao Tondela não seria imprescindível para o leão ganhar (2-0). Como se vê no quadro em anexo, apenas Taremi (Rio Ave) e Douglas Tanque (Paços de Ferreira) valem mais pontos aos seus clubes neste período da prova em análise, mas o jovem leão é o mais valioso dos quatro primeiros classificados neste capítulo.
Jovane marca a cada 99" desde a retoma e entre os principais artilheiros só é batido por Paulinho
O atacante ainda fez uma assistência para Sporar apontar o 1-2 no empate 2-2 em casa do V. Guimarães, e poderia ter ainda maior influência pontual caso não tivesse cedido ao esloveno a possibilidade de marcar de penálti o 2-0 contra o Tondela. Jovane, refira-se, estreara-se a marcar esta época contra o Rio Ave, fazendo o 1-1 final dos 11 metros.
Jovane nesta fase só precisa de 99" para marcar e apenas o bracarense Paulinho tem sido mais rápido que o sportinguista a facturar, precisando de apenas 85". Mas, Paulinho assegurou apenas dois pontos.