A Académica foi ouvida na Assembleia da República por causa da nova legislação sobre responsabilidade penal por condutas antidesportivas. O presidente Paulo Almeida deixou sugestões, pediu celeridade nas decisões e lembrou a proposta chumbada há dias na assembleia geral da Liga.
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Uma comitiva da Académica, chefiada pelo presidente Paulo Almeida, foi ouvida na Assembleia da República, mas concretamente na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdade e Garantias no âmbito do Grupo de Trabalho que está a apreciar na especialidade a nova legislação sobre responsabilidade penal por condutas antidesportivas.
A Briosa procurou dar o seu contributo "numa matéria tão nefasta e de trágicas consequências como são os comportamentos suscetíveis de falsear a verdade e afetar a lealdade e a correção das competições e dos resultados desportivos, como é o exemplo da corrupção".
Paulo Almeida, que pediu celeridade na aprovação das medidas anticorrupção, destacou o consenso que parece existir entre os vários partidos para o "reforço do quadro legal sancionatório da manipulação de competições desportivas" e entende que "a alteração dessa lei deve ser feita o mais rapidamente possível, pois a cada dia que passa como se tem visto nas notícias o problema existe e todos temos a sensação de que pode piorar, basta atentarmos aos dados estatísticos em que a FPF tem acesso, tal como a FIFA, e até em face da investigação levada a cabo pela PJ com a operação Jogo Duplo deveríamos por cautela investigar os desvios estatísticos mais significativos em qualquer competição e o mais rapidamente possível".
A luta contra a corrupção tem sido uma das bandeiras deste elenco diretivo, sendo que o dirigente máximo da Briosa, durante a conversa com os deputados, recordou a proposta que o clube fez há dias, na assembleia geral da Liga, e que foi chumbada. "A Académica propôs uma alteração aos Estatutos que previa algo tão simples como perda de mandato dos órgãos sociais da Liga para condenados em pena de prisão por xenofobia ou corrupção, por exemplo. Colocámos propositadamente a fasquia baixa, mas mesmo assim a proposta foi rejeitada. Ainda assim quase metade dos clubes já a aceita», afirmou. "Outro indício é mais grave: a FPF e a Liga mantêm no seu seio uma pessoa condenada por corrupção. É absolutamente incompreensível que o façam e ao mesmo tempo digam que querem combater a corrupção. Para tentar evitar situações como há que atualmente vivemos sugerimos que se altere o regulamento das federações desportivas, nomeadamente o artigo 48.º", realçou.
O líder da Académica deixou ainda um alerta na reta final da sua intervenção: "Faço um apelo final: protejam as nossas crianças. Há apostas online efetuadas no campeonato nacional de juniores".