Paulinho abre o livro: o mais bêbado na festa do título, os palavrões e a música que poucos têm

Paulinho, avançado que acabara de se sagrar campeão pelo Sporting, esteve, na manhã desta quarta-feira, na Rádio Comercial, onde, numa conversa animada com Pedro Ribeiro, Vera Fernandes e Vasco Palmeirim, revelou alguns pormenores curiosos da sua vida e do universo leonino.

Leia as intervenções do futebolista português, de 31 anos:

De zero a um milhão, quão chato é Rúben Amorim?

"Um milhão! Mas é bom, um treinador tem de acreditar nas suas ideias, ele não muda em função do que dizem. É um bom teimoso."

"Se o Paulinho mostra os dentes, eles até caem". O que lhe diz esta música?

"Poucos jogadores têm uma música para eles, tenho um colega de equipa (não vou dizer o nome) que só no Marquês descobriu que esta música era para mim... O Morita mandou-me um vídeo da filha dele no sofá aos saltos a dançar isto... A minha filha é muito pequenina..."

Como se sentiu no Marquês ao ouvir isto?

"Quando subo a rampa para entrar no palco, começa a dar a música e sente-se uma diferença no ambiente, fica uma loucura! Há muitos pessoas que não são sportinguistas que cantam isto."

Rúben Amorim disse que foi para o jantar vestido e a pensar que iam ser campeões. E vocês?

"Não fomos vestidos, mas levámos roupa na mochila. Jantámos no estádio, podia acontecer e aconteceu. Fomos todos bonitinhos, com as nossas esposas. A minha t-shirt estragou-se, levou com tanto álcool, champanhe e cerveja em cima... Foi para o lixo."

Sonha, um dia, ser presidente do Santa Maria [clube onde fez a formação]?

"Presidente não, porque não gosto muito do que se passa fora das quatro linhas. Treinador, não sei. Já tenho o nível 1. Talvez um dia."

Quer jogar até que idade?

"Até me sentir bem, não quero arrastar-me dentro de campo. Fisicamente sinto que estou no meu melhor momento. Talvez até aos 37 ou 38, não sei..."

Fica no Sporting?

"Sim, sim!"

Sempre quis jogar no Sporting?

"O meu primeiro equipamento em miúdo era do Sporting, foi o meu padrinho que me deu. Queria jogar num grande, mas, à medida que a minha carreira foi avançando, deixei de ter aquela paixão pelo clube A, B ou C. Aconteceu ser o Sporting."

Apanhou o Rúben Amorim no início da carreira. Deu para ver que ia ser um bom treinador?

"Na primeira palestra, sim. Ele entrou, o presidente estava connosco, e marcou a posição dele, 'ninguém vai dormir'. O primeiro jogo ganhámos por 8-1, se a malta tivesse dúvidas das ideias do mister... Havia aquela dúvida de vir da equipa B, de não ter curso..."

Preferia um treino dado pelo Nuno Santos ou pelo Gyökeres?

"Pelo Nuno. Era só bola e chutar à baliza!"

Um jantar feito pelo Morita ou pelo Geny Catamo?

"Pelo Morita."

Preferia ter como companheiro de quarto o Eduardo Quaresma ou o Pote?

"É uma pergunta difícil. O Nuno queixa-se um bocadinho, o Quaresma é miúdo e deve ter o fuso horário..."

Uma viagem de carro de cinco horas com Amorim ou Paulinho, o roupeiro?

"Com o Paulinho, aconselho a toda a gente. As primeiras duas horas só ele é que fala, nas três horas seguintes adormece."

Jogador mais bêbado na festa?

"Temos uns quantos... Adán, Esgaio... Acabou a Somersby e acabei por deixar de beber."

 O Paulinho estava muito "zen" na festa...

"Estive de pé no autocarro, num canto, estava no ponto. Diverti-me à brava."

Roberto Martínez merece um abraço se o chamar. E se não o chamar?

"Merece um abraço dos jogadores que chamar."

Quem é o primeiro jogador a ensinar palavrões aos jogadores estrangeiros?

"Sou eu. Ao Morita acho que fui eu, embora ele já soubesse umas coisas do tempo do Santa Clara. O meu medo é dizer palavrões aqui [na Rádio Comercial], pode sair naturalmente..."

Que jogador do plantel do Sporting vai dar treinador de certeza?

"O Seba [Coates] acho que não, o mister diz que o Nuno Santos vai dar treinador, coitados dos jogadores... Mas apesar do feitizionho dele, entende o jogo."

E o Luís Neto?

"Se calhar dava o presidente de um clube. É muito diplomático, sabe falar com malta, gosto muito dele."

O Neto sabe os cânticos todos...

"Não é o único. Quando fomos campeões no primeiro ano, o Daniel Bragança também sabia todas as músicas. Para nós a festa do título no primeiro ano também foi uma coisa doida. Covid? A festa criou imunidade de grupo. [risos] Este ano foi incrível."

Gostava de acabar a carreira no Sporting?

"Gostava de ter um final de carreira como o João Pereira, acabar campeão e num clube que gosto. À medida que os anos avançam, dá para perceber que há coisas que me diziam que agora fazem sentido. Temos coisas mais complicadas, mas não trocava esta vida [de futebolista] por nada. Temos colegas que eram promessas e que já deixaram de jogar futebol."

Se chegar atrasado ao treino, paga multa?

"Há uma multa, por minuto. Quanto é? Não sei porque chego sempre a tempo..."

Quem se atrasa mais?

"Melhorou, mas era o Marcus [Edwards]. Também não estava habituado, apanhava muito trânsito."

Apontar o dedo à cabeça para celebrar... porquê?

"É segredo! Um dia explico, mas não pode ser assim. Tem de ser na academia ou no estádio! É um orgulho ver os miúdos celebrarem assim."