Capitão do Estoril, o experiente lateral-esquerdo Joãozinho considera que a união do grupo tem o segredo para o sucesso: "Mesmo quando há um mau resultado, não nos deixamos ir abaixo."
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Para Joãozinho, há valores muito mais importantes do que o dinheiro. Poucos meses depois de ter disputado a pré-eliminatória da Liga dos Campeões, o lateral-esquerdo, de 31 anos, trocou em janeiro de 2020 o Apoel (Chipre) pelo Estoril, que milita na Liga SABSEG, recusando propostas muito mais vantajosas financeiramente. Tudo porque a família precisava dele.
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O experiente defesa, que já passou pelo Sporting e pelo Braga, não se arrepende dessa decisão e, em entrevista a O JOGO, diz-se orgulhoso por ser o capitão de uma equipa que lidera o campeonato e está no bom caminho para voltar à Liga NOS.
Numa época em que jogou as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, assinou em janeiro de 2020 pelo Estoril. A que se deveu essa mudança?
-A minha mulher teve de ser operada em Portugal no início de 2020 e depois seguiram-se três meses de recuperação. Os meus pais trabalham, a minha sogra também, era preciso alguém que tomasse conta dos miúdos. Apesar de estar feliz no Chipre, precisava de voltar para Portugal, de preferência para a zona de Lisboa. Surgiu o Estoril e nem pensei duas vezes.
Além da carreira em Portugal, o lateral-esquerdo já se aventurou por quatro ligas estrangeiras, tendo representando o Sheriff (Moldávia), Astra Giurgiu (Roménia), Kortrijk (Bélgica) e Apoel (Chipre)
Mas não teve propostas de clubes da Liga NOS?
-Houve algumas abordagens, mas o meu objetivo era ficar também na zona de Lisboa. Do estrangeiro é que recebi uma proposta mais aliciante. Recusei ganhar 11 vezes mais no Riga [Letónia]. Quando souberam que ia sair do Chipre, contactaram-me e, até depois de recusar duas abordagens, chegaram a dar-me um cheque para eu indicar quando queria auferir. Mas a minha família precisava de mim e no Estoril tinha todas as condições para seguir a minha carreira. É um clube que está no segundo escalão, mas tem condições de Liga NOS.
Aos 31 anos, ainda acredita que pode voltar a jogar no principal escalão do futebol português?
-A minha qualidade é de Liga NOS e sei que um dia posso lá voltar. Nunca sabemos o futuro e até posso voltar a jogar no estrangeiro, até porque felizmente a minha mulher já recuperou do problema que teve e posso aventurar-me outra vez.
E o Estoril também está bem encaminhado para subir de divisão ...
-As coisas estão a correr bem, mas temos de pensar jogo a jogo. O meu contrato acaba no final da temporada e vou dar preferência ao Estoril, porque é um clube onde me sinto bem e as pessoas também se identificam comigo. Mas não estou preocupado com isso, apenas quero ajudar a equipa. Se for com a subida à Liga NOS, será a cereja no topo de bolo.
"O Estoril tem uma estrutura melhor do que muitos clubes da Liga NOS. Custa acreditar que está neste escalão"
A equipa lidera a Liga SABSEG e chegou às meias-finais da Taça de Portugal. Qual tem sido o segredo para o sucesso?
-A união do grupo e isso é visível cá fora. Temos um conjunto de jogadores muito fortes mentalmente e com um plano bem enraizado. Mesmo quando há um mau resultado, não nos deixamos ir abaixo.